Os preços de todas as mercadorias não param de subir na Argentina por conta da inflação volátil. Evidentemente, o setor automotivo é um dos mais afetados. O carro mais barato que os hermanos podem comprar é o Toyota Etios, que custa 3,9 milhões de pesos (ou R$ 90 mil na conversão direta).
O pequeno Toyota é produzido em Sorocaba (SP), mas não é mais vendido no Brasil. Ele continua em linha no mercado argentino e sua versão de entrada tem apenas os dois assentos dianteiros. O banco traseiro foi removido e uma rede foi instalada para transformar o Etios em um furgão para o trabalho.
Na lista de preços da Toyota em abril, o Etios de entrada custava 3,7 milhões de pesos argentinos, valor que corresponde a R$ 84 mil na conversão. Ou seja, em menos de 30 dias, a inflação fez o Etios encarecer o equivalente a R$ 6 mil no país vizinho.
A situação fica ainda mais bizarra ao compararmos o mercado argentino com o brasileiro. O carro mais barato do país atualmente é o Kwid Zen, que parte de R$ 68.990. O compacto da Renault não é mais vendido na Argentina, mas a disparidade nos preços fica evidente.
O Etios argentino de entrada é mais completo que o Kwid brasileiro. O Toyota oferece computador de bordo, controle de estabilidade, controle de tração, assistente de partida em rampa e faróis de neblina. Em comum, os hatches são equipados com ar-condicionado, vidros dianteiros elétricos, direção elétrica e um rádio simples com conectividade Bluetooth.
Outro ponto em que o Etios é superior ao Kwid é na mecânica. O Toyota tem motor 1.5 de quatro cilindros, capaz de desenvolver 102 cv e 14 kgfm na gasolina. O câmbio é manual de seis marchas. Já o Renault tem o motor 1.0 SCe, que entrega até 71 cv e 10 kgfm de torque com etanol, sempre com câmbio manual de cinco marchas.
Confira abaixo a tabela com os carros mais em conta que podem ser comprados na Argentina e o valor de comparação com o Brasil. O peso argentino foi convertido com base no seu preço atual, na faixa de R$ 0,02.
A situação econômica da Argentina é delicada. Entre as 20 principais economias do mundo, a inflação do país vizinho só não é maior que a da Turquia.
A alta da inflação é um fenômeno que gera a perda da capacidade econômica da população. Enquanto os gastos públicos não param de crescer, o governo argentino encara o controle da inflação como prioridade econômica.
Além da crise cambial, as reservas internacionais da Argentina se aproximam de zero e o campo enfrenta uma das piores secas dos últimos anos.
No setor automotivo, a tendência é que os carros e comerciais leves fiquem ainda mais caros no país ao longo de 2023, principalmente os que não são produzidos na região.
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Fonte: direitonews