Carro de leilão: o que saber para não cair em uma roubada


Comprar um carro de leilão pode ser uma oportunidade para adquirir um veículo por um preço abaixo do mercado, mas também envolve riscos. Saber avaliar corretamente o histórico do veículo e entender as restrições existentes é essencial para evitar problemas futuros. Para quem está disposto a correr alguns riscos, a compra pode ser vantajosa, mas é necessário muito cuidado e pesquisa antes de dar um lance. E Autoesporte dá algumas dicas para você.

Os veículos vendidos em leilão podem ter diferentes tipos de restrições, que impactam diretamente no valor de revenda, na possibilidade de contratação de seguro e até mesmo na segurança ao dirigir. Entre as principais restrições, estão casos de passagem por leilão de instituições financeiras, quando é recuperado de financiamento, exigindo atenção para regularização.

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O segundo tipo de restrição, também menos preocupante, são carros com passagem por leilão de seguradoras por recuperação de roubo.

São carros que foram roubados e posteriormente recuperados pela polícia também podem ir a leilão. Esses veículos geralmente não apresentam danos estruturais significativos, mas a restrição de roubo pode influenciar a aceitação por seguradoras e a revenda futura.

“Embora esses carros estejam, em muitos casos, em bom estado, a marcação de leilão por roubo já gera desvalorização e dificuldades na aceitação de seguro”, explica Dennis Castanheira, da Enjoy Corretora de Seguros.

Por último, carros com histórico de sinistro por colisão, são o caso mais grave das restrições, já que são acidentes que podem comprometer a estrutura do carro. Segundo J.R. Caporal, “muitos carros de leilão têm histórico de sinistros que podem causar problemas mecânicos graves, por isso a pesquisa prévia é fundamental”.

Nesses casos, também é importante observar a gravidade do acidente, que são classificados a partir da intensidade das “montas”. Veja abaixo:

Os carros que sofreram sinistros e passaram por leilão podem ser classificados de acordo com o dano sofrido. Essa classificação influencia diretamente a possibilidade de regularização e revenda do veículo.

1.Pequena Monta: veículos que sofreram danos leves, geralmente apenas na lataria ou em partes externas, sem comprometer a estrutura. Esses carros podem ser reparados e voltar a circular normalmente.

2.Média Monta: veículos que tiveram danos estruturais moderados, como colisões que exigem alinhamento de chassi ou substituição de partes essenciais. Para voltar a circular, devem passar por vistorias e laudos de segurança.

“Veículos de média monta podem ser regularizados, mas é fundamental verificar se os reparos foram bem-feitos antes de fechar o negócio”, destaca Castanheira.

3.Grande Monta: veículos que sofreram danos severos e foram considerados como perda total pelas seguradoras. Eles não podem ser regularizados para voltar a circular e normalmente são vendidos apenas para aproveitamento de peças.

“Carros de grande monta são vendidos apenas para desmonte, pois não podem ser legalizados para rodar novamente”, ressalta Caporal.

Todo carro arrematado em leilão tem essa informação registrada no documento, o que pode dificultar sua revenda e aceitação por seguradoras. Essa anotação pode ser um fator negativo para futuros compradores, que muitas vezes evitam veículos com essa característica devido à incerteza sobre seu histórico.

“No documento do veículo sempre consta a passagem por leilão, e isso pode gerar um impacto na revenda, pois muitos compradores evitam esse tipo de carro”, explica Caporal.

Para minimizar os riscos, é fundamental pesquisar detalhadamente o histórico do carro antes da arrematação. Algumas dicas incluem:

•Consultar o Renavam e verificar as restrições no Detran.
•Solicitar um laudo técnico após a compra para avaliar a estrutura e possíveis danos mecânicos.
•Observar o tipo de sinistro registrado e a classificação de monta.
•Identificar se o veículo tem restrição por roubo ou foi recuperado por uma instituição financeira, o que pode impactar a regularização e o valor de revenda.
•No caso de arrematar um carro diretamente de um leião, problemas mecânicos ocultos também devem considerados e investigados, já que os carros são vendidos no estado em que se encontram, não é possível testá-los antes da compra.
•Tenha em mente que também poderá ter dificuldade na revenda, já que muitos compradores e seguradoras evitam carros com passagem por leilão, o que pode reduzir seu valor de mercado.

O mercado precifica carros de leilão em torno de 20% abaixo do valor da tabela FIPE. “No caso de veículos com alguma monta, a desvalorização pode ser ainda maior”, ressalta J.R. Caporal, CEO da Auto Avaliar.

Comprar em leilão pode valer a pena quando o desconto é significativo em relação ao mercado, mesmo considerando possíveis custos com reparos e documentação.

No documento do veículo constará que ele tem passagem por leilão, o que pode dificultar a aceitação do seguro. Algumas seguradoras recusam esse tipo de carro, enquanto outras oferecem apólices com condições mais restritivas e valores mais altos.

Segundo Dennis Castanheira, da Enjoy Corretora de Seguros, veículos recuperados de financiamento e roubo têm mais facilidade para contratação do que os de sinistro por colisão, pois a qualidade do reparo é um fator determinante.

“Os carros que passaram por sinistro de colisão têm um processo mais rigoroso para aprovação do seguro. As seguradoras avaliam a qualidade do reparo e o nível da monta antes de definir se aceitam ou não”, explica Castanheira.

Muitas seguradoras limitam a cobertura a 80% do valor da Tabela FIPE e exigem vistorias rigorosas antes de aceitar o veículo na apólice. “A aceitação das apólices é mais criteriosa, e os valores costumam ser mais altos para carros com passagem por leilão”, completa Castanheira.

Comprar um carro de leilão pode ser um bom negócio para quem está disposto a correr alguns riscos em troca de um preço mais acessível. No entanto, é essencial analisar o histórico do veículo, entender as restrições envolvidas e calcular os custos adicionais, como seguro e possíveis reparos.

Conhecer os tipos de monta e verificar se o carro passou por um sinistro são passos fundamentais para garantir que a compra será vantajosa e segura. Seguindo essas recomendações, é possível fazer um bom negócio sem cair numa roubada.

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Fonte: direitonews

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