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O carro suspeito de ter sido utilizado por criminosos na execução do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, foi encontrado incendiado na noite de segunda-feira (15), a cerca de dois quilômetros da cena do crime, em Praia Grande, no litoral paulista.
Dentro do veículo, policiais localizaram carregadores e munições de fuzil. A perícia inicial indica que os criminosos dispararam mais de 20 vezes contra Fontes, atingindo-o em diferentes partes do corpo, como braços, pernas e abdômen. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) constatou o óbito ainda no local.
“Pelo que contamos, foram mais de 20 disparos efetuados aqui no local”, disse o delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian, acrescentando que “as investigações avançam em várias frentes, e todas as hipóteses estão sendo consideradas”.
A emboscada aconteceu por volta das 18h20, na Avenida Dr. Roberto de Almeida Vinhas, no bairro Nova Mirim. Fontes havia acabado de sair da Secretaria de Administração da cidade, onde atuava como secretário, quando foi perseguido e atacado.
Imagens de câmeras de monitoramento mostram o carro do ex-delegado sendo seguido por criminosos. Após uma sequência de disparos de fuzil, ele tentou escapar, mas colidiu com um ônibus. Na sequência, três homens desceram de outro veículo e atiraram novamente contra ele.
Diante do crime, o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, determinou o envio de tropas da Rota para reforçar o policiamento na Baixada Santista e a formação de uma força-tarefa para capturar os envolvidos.
“Determinamos que o patrulhamento da Rota fosse deslocado para Praia Grande, reforçando o policiamento ostensivo para evitar que os criminosos fujam. Eu tenho certeza que a resposta será dada e que vamos identificar todos os covardes que participaram desse assassinato”, afirmou Derrite.
Carreira e legado
Com mais de 40 anos de trajetória na Polícia Civil, Fontes foi delegado-geral da instituição entre 2019 e 2022. Ficou conhecido desde os anos 2000, quando chefiou o Deic e foi o primeiro delegado a investigar a atuação da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo.
Ao longo da carreira, também ocupou cargos como diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Capital e participou de operações contra o crime organizado, incluindo a transferência de líderes do PCC para presídios federais.
Atualmente aposentado, Fontes atuava como secretário de Administração em Praia Grande. Nas últimas semanas, segundo relatos, havia demonstrado preocupação com a falta de segurança e estaria investigando possíveis irregularidades em licitações na região, com suposto envolvimento do PCC.
Em 2006, ele também esteve na linha de frente da crise de segurança causada por uma onda de ataques ordenados pelo PCC após a transferência de chefes da facção, incluindo Marcola, para presídios de segurança máxima.
Vídeo mostra execução de ex-delegado Ruy Ferraz que combateu o PCC em Praia Grande
Fonte: gazetabrasil