Carregador de carro elétrico: posso instalar no meu condomínio?


Mora em condomínio e está pensando em comprar um carro elétrico ou híbrido plug-in? O tema dos carregadores ainda gera muitas dúvidas e pode até desencorajar a compra de um modelo da categoria.

Para entender melhor sobre a instalação desses equipamentos, Autoesporte conversou com os especialistas Leandro Varga, sócio-proprietário da Car Plug Power, e Ayrton Barros, diretor geral da NeoCharge. As empresas atuam na venda e instalação de carregadores para veículos plug-in. Tire suas principais dúvidas abaixo:

Os especialistas concordam que a instalação condominial é a mais complexa que existe. Atualmente, muitos prédios são entregues pelas construtoras com ao menos uma unidade de recarga. O crescimento das vendas de eletrificados, porém, criou uma demanda até em edifícios mais antigos.

“O primeiro passo é sugerir a instalação para o condomínio. Costuma ser a parte mais difícil por se tratar de uma modificação estrutural”, afirmou Leandro Varga. “O condomínio deverá organizar uma assembleia para que os moradores votem pelo projeto”.

Como qualquer intervenção condominial, a instalação de um carregador causa debates. Isso porque o projeto será rateado entre os moradores — e nem todos se interessam por carros elétricos. Para muitos donos de veículos plug-in, o sonho de ter um carregador em casa pode terminar por aí.

Se o condomínio aprovar a instalação do carregador, a próxima etapa é a contratação de um engenheiro eletricista para avaliar a infraestrutura. “Este processo é importante para prevenir eventuais problemas”, elaborou Ayrton Barros.

Com a conclusão da vistoria, o engenheiro deverá emitir a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). Este documento garante a integridade da infraestrutura elétrica do condomínio. Depois disso, uma empresa do setor pode ser contratada para dar início à instalação do carregador.

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No entanto, é necessário atenção. Isso porque o abastecimento de energia do condomínio pode ser um problema para a instalação das estações de recarga. “Quando um prédio é concluído, existe um acordo entre a construtora e a concessionária de energia sobre a entrega da eletricidade. Se todos os moradores optarem por carros elétricos, a rede de abastecimento não poderá suprir a nova demanda”, lembrou Barros.

Segundo os especialistas, caso a demanda de eletricidade seja grande em um condomínio, o ideal é criar um sistema de gestão de carga. “Existe o momento em que todos chegam do trabalho e ligam chuveiros, televisões, air-fryers, coifas e fogões por indução. Isso gera uma sobrecarga na rede elétrica. […] Somando isso a vários veículos elétricos carregando, a energia pode cair”, alertou Varga.

Neste caso, o sistema de gestão de carga evita a queda de energia ao reduzir a potência dos carregadores temporariamente. Passado o horário de pico, a recarga volta ao normal.

Existem vários tipos de carregadores wallbox, com potências e velocidades de recarga distintas. Antes de escolher uma opção, o morador deve considerar qual será a sua rotina e o tipo de veículo a ser carregado. Alguns carros têm limitações e não aceitam carregamento de alta tensão, por exemplo. Outros exigem estruturas mais robustas.

Existe o cenário em que um único morador deseja ter um carregador próprio, em uma vaga fixa. Assim, a energia vem diretamente de seu relógio de luz e as despesas da instalação (infraestrutura, mão de obra e ART) não ficam por conta do condomínio. Vale ressaltar que nem toda empresa do setor faz a instalação dos carregadores entregues pelas fabricantes na aquisição do veículo.

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Fonte: direitonews

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