Da Redação
A Bronca Popular
O ministro da Agricultura e senador licenciado Carlos Fávaro (PSD-MT) sinalizou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que pode deixar o cargo caso o governo adote medidas consideradas “extravagantes” em relação ao setor do agronegócio.
A principal preocupação do ministro é a possibilidade de imposição de impostos ou cotas para exportação de carnes e outros alimentos, o que, na sua avaliação, prejudicaria a competitividade do Brasil no mercado internacional.
De acordo com interlocutores do ministro, Fávaro não aceita fazer parte de um governo que taxe as exportações do agronegócio, setor que representa um dos pilares da economia brasileira. A preocupação tem se intensificado devido à pressão interna dentro do governo por medidas que possam aumentar a arrecadação federal, especialmente diante do atual cenário econômico.
A discussão sobre uma possível taxação no agro vem ganhando força em setores do governo que defendem maior tributação para equilibrar as contas públicas e conter a inflação dos alimentos no mercado interno. No entanto, para Fávaro, medidas desse tipo poderiam gerar impactos negativos, afastando investimentos e reduzindo a competitividade do país no cenário global.
O ministro tem sido um dos principais articuladores do governo junto ao agronegócio, setor que, historicamente, tem resistência ao PT.
Desde que assumiu o cargo, Fávaro busca um equilíbrio entre os interesses do setor e as diretrizes do governo.
No entanto, segundo fontes próximas, ele não estaria disposto a permanecer no ministério caso medidas restritivas sejam adotadas.
Nos bastidores, lideranças do agronegócio demonstram apoio à posição de Fávaro e alertam para os riscos que impostos ou cotas de exportação poderiam trazer ao setor. O Brasil é um dos maiores exportadores mundiais de carne, soja, milho e outros produtos agropecuários, e qualquer intervenção que limite a comercialização externa pode impactar diretamente a economia e as relações comerciais do país.
Caso Lula opte por seguir com medidas que atinjam diretamente o agro, a saída de Carlos Fávaro pode se tornar uma realidade, alterando o equilíbrio político dentro da Esplanada dos Ministérios e ampliando a distância entre o governo federal e o setor agropecuário.
Fonte: abroncapopular