Caoa Chery Tiggo 5x: os problemas e defeitos mais comuns do SUV


Em 2017, o Grupo Caoa – conhecido pela importação e fabricação de modelos da Hyundai no país – assumiu metade das operações da Chery no Brasil para produzir carros da marca chinesa em Anápolis (GO) e Jacareí (SP). No ano seguinte, a parceria começou a dar seus primeiros frutos: o sedã Arrizo 5 e o SUV Tiggo 5X.

O primeiro saiu de linha em 2022, mas o Tiggo 5x continua sendo produzido em Goiás, apostando no custo-benefício como principal atrativo aos consumidores. Bom nível de equipamentos e motor turbo a preços relativamente competitivos fizeram o SUV ganhar espaço, ainda que discretamente, no mercado brasileiro.

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O Tiggo 5X é construído sobre a plataforma T1X, desenvolvida na China com algumas tecnologias absorvidas durante a joint venture formada com a Jaguar Land Rover. Essa arquitetura, aliás, causou controvérsia na época do lançamento do SUV, após a Caoa Chery associá-lo à marca britânica – entre 1994 e 2022, montadoras estrangeiras que operavam na China eram obrigadas a compartilhar tecnologias com alguma fabricante local.

Em dimensões, o Caoa Tiggo 5x mede 4,34 metros de comprimento, 1,83 m de largura, 1,64 m de altura e 2,63 m de entre-eixos. O porta-malas tem 340 litros de capacidade.

Sob o capô, o SUV leva um motor 1.5 turboflex de quatro cilindros com injeção indireta, que gera 150 cv de potência e 21,4 kgfm de torque, acoplado a um câmbio automático CVT (continuamente variável) com nove marchas simuladas. Em seus primeiros anos de mercado, usava outra caixa, um câmbio automatizado de dupla embreagem e seis marchas.

Na linha 2025, o Tiggo 5x vem equipado de série com controles de estabilidade e tração, freio de estacionamento eletrônico, central multimídia de 9 polegadas, câmera de ré, chave presencial, rodas de liga leve aro 17”, entre outros equipamentos.

A versão TXS (mais tarde rebatizada de Pro), a mais equipada, acrescenta airbags laterais e de cortina, ar-condicionado automático digital, teto solar, câmera com visão em 360 graus e banco do motorista com regulagem elétrica.

A primeira reestilização estreou em 2020, quando recebeu novos faróis, grade e para-choques redesenhados, lanternas com novo arranjo luminoso e acabamento cromado na tampa traseira. A multimídia passou a ter conexão com o sistema Android Auto (antes só permita espelhamento do Apple CarPlay).

Em 2022, o Tiggo 5x foi reestilizado mais uma vez e recebeu o sobrenome Pro. O visual foi atualizado com a identidade caracterizada pela grade com efeito tridimensional, entre outras melhorias de acabamento e conteúdo.

Motivo de muitas reclamações, como veremos a seguir, o câmbio de dupla embreagem deu lugar a uma caixa automática CVT com simulação de nove marchas, que já equipava outros carros da Caoa Chery.

No mesmo ano, veio a versão híbrida Pro Hybrid, movida pelo mesmo 1.5 turboflex, mas agora com 160 cv e 25,5 kgfm, graças ao auxílio de um motor elétrico alimentado por um sistema híbrido-leve.

Atualmente, o Caoa Chery Tiggo 5x 2025 é vendido nas seguintes versões:

No site Reclame Aqui, os proprietários relatam problemas relacionados ao desgaste prematuro dos freios, superaquecimento do motor e acabamento do volante que descasca após algum tempo de uso do Tiggo 5X, mas o câmbio automatizado de dupla embreagem e a caixa de direção são os principais motivos de queixas dos consumidores.

“Compramos nosso carro um Tiggo 5x ano 2021 na concessionária Caoa, no dia 12/04/2023. Estávamos muito felizes pois era o carro dos nossos sonhos. Entretanto, depois de dois meses de uso, o carro começou a apresentar um problema no câmbio: em descidas ele começava a fazer um barulho estranho. Era um barulho muito alto, parecia que ia quebrar alguma coisa. Ficamos assustados e comecei a evitar áreas com descidas onde o problema era mais recorrente. Como o carro já estava para fazer a revisão de 30.000 km, decidimos levar na concessionária para aproveitar fazer a revisão normal e ver esse problema”, conta a cliente Maristela, de São Paulo (SP), que também se queixa da demora da Caoa Chery para agendar uma data para a inspeção do veículo.

Relatos:

“Câmbios automatizados cumprem a mesma tarefa dos automáticos convencionais, porém, o seu funcionamento é diferente por utilizarem um mecanismo eletrônico para acionar as embreagens e trocar as marchas. Quando os componentes internos sofrem desgaste prematuro ou alguma falha, o câmbio começa a dar trancos durante as trocas de marcha e pode até parar de funcionar, imobilizando o veículo. É recomendado fazer uma revisão minuciosa antes de comprar um carro usado com câmbio automatizado para evitar problemas futuros. Também é importante antecipar as manutenções preventivas, a fim de verificar as condições das embreagens e demais peças”, explica o mecânico Paulo Vianna.

“No final do ano passado, a direção do meu Tiggo 5x Pro 2022 começou a estalar. Fui à concessionária onde comprei o carro e me foi informado que teria de trocar a peça, em garantia. Viajei em janeiro e, para a minha surpresa e insatisfação, o barulho voltou. Fui à concessionária novamente e constataram a troca da caixa de direção, mais uma vez. No dia 31 de janeiro, fizeram a solicitação da peça e hoje, dia 24 de março, após vários contatos a concessionária ainda não recebeu o componente”. O cliente Marcio, de Belo Horizonte (MG), conta que não obteve resposta da Caoa Chery mesmo depois de esperar 50 dias pela peça do veículo.

Relatos:

O mecânico Paulo Vianna explica que o ideal é levar o carro à oficina para reparar o sistema assim que notar trancos e ruídos ao esterçar a direção. “É importante reparar o sistema para evitar desgaste excessivo de peças do conjunto, que pode parar de funcionar se sofrer uma falha mais grave”, explica.

Consultada pela Autoesporte, a Caoa Chery ainda não respondeu os questionamentos sobre os defeitos apontados pelos proprietários do Tiggo 5x até a publicação deste artigo.

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Fonte: direitonews

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