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A campanha de arrecadação lançada para ajudar o alpinista indonésio Agam Rinjani, que atuou voluntariamente no resgate da brasileira Juliana Marins, morta após cair de um penhasco na Indonésia, ultrapassou R$ 522 mil em doações. No entanto, a cobrança de uma taxa de 20% pela plataforma Voaa, responsável pela vaquinha, gerou forte reação nas redes sociais.
Agam liderou uma equipe de voluntários durante as buscas por Juliana, que caiu de uma altura de 500 metros em uma trilha na região do Monte Rinjani. Segundo relatos do próprio alpinista, ele e os demais socorristas passaram a noite inteira segurando o corpo da brasileira à beira do penhasco, sob chuva e queda de pedras, para evitar que ela deslizasse ainda mais.
“Não consegui dormir até agora. É muito triste. Não conseguimos salvá-la. Ficamos com ela a noite toda na beira de um penhasco. Segurei Juliana para que ela não descesse mais 300 metros. É muito triste”, afirmou Agam em entrevista.
Diante da comoção, a plataforma Voaa, vinculada ao site Razões para Acreditar, criou a vaquinha com o objetivo de ajudar Agam. Apesar da grande adesão, muitos doadores demonstraram indignação com o fato de a plataforma reter cerca de R$ 104 mil — o equivalente a 20% do total arrecadado.
“Dos R$ 500 mil, 80 % será dividido entre sete pessoas, e 20 % ficará com a página que não arriscou a vida nem moveu um dedo. Isso é absurdo”, escreveu um internauta. Outro usuário afirmou: “Conheço a página e já doei inúmeras vezes, mas (a campanha) do Agam é oportunismo puro!”
Diante das críticas, a Voaa se manifestou nas redes sociais afirmando que é uma empresa de impacto social, e não uma organização sem fins lucrativos. Segundo a nota, o modelo de negócios da plataforma prevê que os 20% são destinados a cobrir despesas com equipe, prestadores de serviço e encargos tributários.
“Dos 20%, 4% são para pagar custos financeiros dos meios de pagamento e 3,5% para pagar impostos. Sobrou quanto? 12,5% para custos com prestadores de serviços e também para pagar nossa equipe formada por 18 pessoas remuneradas (ninguém é voluntário)”, explicou a empresa.
A Voaa também reconheceu que a taxa está acima da média de outras plataformas de arrecadação, mas argumentou que o serviço oferecido justifica a cobrança. Mesmo assim, a explicação não foi suficiente para acalmar os ânimos de parte dos internautas.
Um abaixo-assinado foi criado pedindo que, no caso específico da campanha para Agam, apenas a taxa bancária seja descontada, e que o restante do valor seja repassado integralmente ao alpinista. Os organizadores do manifesto alegam que “é descabido que a equipe precise de mais de 90 mil reais para seu salário” e pedem mais transparência no uso das doações.
Fonte: gazetabrasil