Pesquisadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, publicaram um estudo indicando que ingerir pelo menos duas xícaras de café ao dia pode auxiliar na sobrevida de pacientes com câncer de próstata. De acordo com os cientistas, existe uma associação entre o genótipo CYP1A2 AA, que quebra as moléculas de cafeína, e o prolongamento da vida de homens com a doença. A pesquisa foi publicada na revista European Urology Oncology em agosto.
Trabalhos anteriores já mostraram a relação do café com benefícios à saúde, uma vez que a cafeína tem antioxidantes responsáveis pela redução de inflamações e está associada ao melhor funcionamento das bactérias intestinais, aumento do metabolismo e diminuição do risco de doenças cardíacas.
Em comunicado, o oncologista urológico e autor principal do estudo, Justin Gregg, conta ter ficado intrigado com uma pesquisa que analisava diferentes genótipos (nome usado para designar a composição genética das células de um indivíduo) e a velocidade com que metabolizam a cafeína.
“Mesmo havendo muito interesse em como a dieta e certas atividades afetam o risco de câncer, ainda não existem recomendações específicas, especialmente para pacientes que já foram diagnosticados com a doença”, afirmou Gregg.
No estudo conduzido pelo oncologista, foi realizada uma revisão de sete trabalhos que incluíam dados de mais de 5.700 pacientes com câncer de próstata, incluindo homens que decidiram não tratar o câncer, pacientes que estavam realizando algum tipo de procedimento e outros com metástase. Os participantes deveriam preencher um questionário sobre a quantidade de cafeína ingerida, em média, por dia e por semana.
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O grupo de pesquisadores comparou os níveis de consumo de café nos indivíduos e os classificou em dois grupos: alta ingestão (aqueles que bebiam pelo menos duas xícaras de café por dia) e baixa ingestão (quem tomava cerca de três xícaras por semana). Foi observado que o maior consumo de café está associado à maior sobrevida específica do câncer de próstata em homens que tinham o genótipo CYP1A2 AA.
De acordo com o autor principal do trabalho, existe uma chance no futuro de que a recomendação para a ingestão de café seja parte de uma série de medidas adotadas para auxiliar no tratamento da doença. Ele ressalta que, apesar de os resultados do estudo serem otimistas, as pesquisas sobre a relação do genótipo e da doença ainda estão em fase inicial.
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