Agora é oficial. A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e a Fórmula 1 confirmaram que a Cadillac será a 11ª equipe a compor o grid da maior categoria do esporte a motor a partir de 2026. A marca, que pertence à General Motors, já se vê meio ao mar de especulações que derrama possíveis pilotos para seus dois carros: Colton Herta, Álex Palou e até mesmo veteranos como Sergio Pérez e Valtteri Bottas são alguns deles.
No entanto, não estamos aqui para falar sobre isso. Tomando como base a entrada da Cadillac na Fórmula 1, listamos cinco das empresas mais relevantes dos Estados Unidos que passaram (ou passam; ou passarão) pela maior categoria do automobilismo mundial. Confira a nossa lista!
O novo regulamento de motores serviu de chamariz para a Ford, que decidiu retornar à Fórmula 1 em 2026 por meio de parceria com a Red Bull. Os propulsores da categoria, vale lembrar, serão mais eficientes e utilizarão combustíveis renováveis.
Além disso, a Ford também, claro, olhou para o marketing. O aumento da popularidade da categoria nos Estados Unidos, por meio de Drive To Survive, série da Netflix, também serviu de perfume para a marca do oval.
A Ford é notória na Fórmula 1 como fornecedora de motores, usualmente em parceria com a britânica Cosworth. Os motores Ford Cosworth são os mais bem-sucedidos da história da categoria. Em 516 Grandes Prêmios disputados por equipes equipadas com um motor da grife entre 1967 e 2004, a parceria obteve nada menos que 176 vitórias e 139 pole positions.
Empurrados pelos motores Ford Cosworth, dez pilotos conquistaram 13 campeonatos mundiais, entre eles os brasileiros Emerson Fittipaldi, em 1972 (Lotus) e 1974 (McLaren), e Nelson Piquet, em 1981 (Brabham). A parceria também rendeu dez títulos de construtores a equipes clientes.
Contudo, o último momento de glória da Ford na F1 foi celebrado mais de 30 anos atrás, com o primeiro título de Michael Schumacher, em 1994, a bordo de um Benetton equipado com motor Ford Cosworth V8.
Depois disso, a montadora americana teve como equipes clientes a Sauber e a Stewart, que posteriormente foi comprada pela companhia e transformada em Jaguar. Na época, a Ford era proprietária da marca de luxo inglesa. Contudo, a empreitada da Jaguar na Fórmula 1 foi desastrosa e a equipe foi vendida para a atual Red Bull em 2004.
A Lamborghini é uma empresa que passou por várias mãos. Muitas mesmo. Atualmente, faz parte do Grupo Volkswagen, por meio da subsidiária Audi. No entanto, houve uma época em que a marca de origem italiana celebrava o 4 de julho e assistia à World Series, ao Super Bowl, à Stanley Cup e às finais da NBA.
Pois é. A Chrysler, à época livre das “amarras” da FCA e da Stellantis, comprou a Lamborghini em 1987. E olha só que fato ainda mais curioso: de 1989 a 1993, ainda sob domínio da empresa norte-americana, a marca atuou na Fórmula 1 como fornecedora de motores e até com tentativa de equipe própria.
A passagem da Lamborghini pela categoria teve direito a uma equipe fracassada (que atendia sob “Lamborghini Modena”) em 1991 e como fornecedora de motores para equipes de meio de grid, como Larrousse e Ligier. Seu melhor resultado ocorreu por meio da Larrousse, com o terceiro lugar de Aguri Suzuki no GP do Japão de 1990.
Em 1993, no entanto, o 3.5 Chrysler/Lamborghini V12 chegou a ser considerado um dos mais potentes motores da categoria. Este projeto teve colaboração fundamental dos engenheiros norte-americanos, mas não vingou.
Quase, porém, atuou como força motriz do McLaren MP4/9, desafiante do time britânico em 1994. Ayrton Senna chegou, inclusive, a testar o carro com propulsor da Chrysler e gostou do desempenho do conjunto. No entanto, o brasileiro acabou rumando para a Williams e o acordo entre equipe e fabricante foi para o brejo.
O “patinho feio” da atual Fórmula 1 não é um time de fábrica, mas sim cliente da Ferrari. E, mesmo novata (no grid desde 2016), já entra no rol de marcas dos Estados Unidos que marcaram época na categoria.
Isso porque a equipe é a única que atualmente fica sediada na terra de Donald Trump. Tudo bem que tem sua base em Banbury (Reino Unido), mas seu quartel-general está em Kannapolis, no estado americano da Carolina do Norte. Lá também ficava a fábrica de sua coirmã que atuava na Nascar. O time, contudo, encerrou suas operações no ano passado.
O que só demonstra o poderio financeiro da Fórmula 1. Embora jamais tenha conquistado um pódio na categoria, a Haas já garantiu bons pontos e, de quebra, uma pole. Tal ocorreu em 2022, justamente em Interlagos, por meio do dinamarquês Kevin Magnussen. Para a temporada 2025, o time conta com dupla formada por Esteban Ocon e Oliver Bearman.
Fundada pelo lendário Roger Penske, atualmente dono da IndyCar, principal categoria de monopostos dos Estados Unidos, e da Indianapolis Motor Speedway, a Penske já participou de inúmeras empreitadas no esporte a motor – sendo o time mais vitorioso, inclusive, da Indy. Uma dessa empreitadas rolou, claro, na Fórmula 1.
Entre 1974 e 1977 a Penske construiu chassis para a categoria. Além disso, teve carros “próprios”, sempre com motores Ford, nas temporadas de 1974 a 1976. Para completar, à exceção das etapas disputadas em Indianápolis, a equipe é das poucas com licença norte-americana a vencer um Grande Prêmio. Aconteceu na Áustria, por meio do britânico John Watson, que guiava o sólido Penske PC4.
Curiosamente, o motor que empurrava o Penske de Watson naquela tarde era justamente o… Ford Cosworth mencionado mais acima neste artigo.
A General Motors costurou durante bom tempo acordo com a Andretti a fim de colocar uma nova equipe dos Estados Unidos na Fórmula 1. No entanto, para os chefões da categoria, a proposta não tinha “valor suficiente”.
Esse “valor” chegou quando a GM apresentou proposta que colocava a Cadillac, uma de suas divisões, sob os holofotes. Assim, o acordo, divulgado em novembro passado, acabou sendo formalizado na última sexta-feira (7).
O time será dirigido pela norte-americana TWG, empreitada conjunta entre Andretti Global e General Motors. Terá ainda Mario Andretti, campeão mundial de Fórmula 1 em 1978 pela Lotus em posição de conselheiro. Será que vai dar certo?
Aqui um bônus para lá de curioso. A US F1 era um projeto originalmente 100% estadunidense, autorizado a ingressar na Fórmula 1 em 2010. No entanto, problemas financeiros fizeram com que o time fechasse as portas antes mesmo do início da temporada. O que era para ter sido “o grande sonho americano” na categoria acabou rapidamente caindo por terra.
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Fonte: direitonews