Uma pesquisa coordenada por cientistas da Universidade de Oxford revelou que cada centímetro a mais de gordura abdominal aumenta o risco de problemas cardíacos. Os resultados foram apresentados em um congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, realizado entre 26 e 28 de agosto, em Barcelona, na Espanha.
Segundo os pesquisadores, 2,5 cm de gordura extra na barriga representam um crescimento de 11% no risco do paciente apresentar uma doença cardíaca. Dessa forma, uma pessoa com 104 cm de cintura tem 42% mais chances de sofrer algum problema do coração do que outra com 94 cm, por exemplo.
“A quantidade de gordura que as pessoas carregam no tronco é a mais importante para rastrear a gordura corporal e o risco cardiovascular. Sabemos que ela é muito ativa e contém muitos fatores inflamatórios que podem causar doenças no coração”, explicou o cardiologista Ayodipupo Oguntade, ao jornal Daily Mail.
A pesquisa analisou dados de 430 mil britânicos, com idades entre 40 e 70 anos, referentes a 13 anos. As pessoas que tinham cinturas mais largas eram 3,2 vezes mais propensas a desenvolverem adversidades no coração. Derrame, insuficiência cardíaca, arritmia e infarto foram as doenças mais comuns associadas à condição.
No entanto, indivíduos com maior índice de massa corporal, que leva em conta o peso e a altura, eram 2,6 vezes mais predispostos a terem um problema cardíaco, o que, de acordo com os pesquisadores, comprova que a gordura abdominal é mais prejudicial à saúde do coração que o peso total da pessoa.
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Durante o estudo, ocorreram 8,6 mil eventos de doenças cardíacas entre os participantes e muitos resultaram em morte.
No Brasil, em 2021, quase seis em cada dez pessoas estavam com sobrepeso ou obesas, o equivalente a 57,2% da população. O índice aumentou durante a pandemia, afetando principalmente homens de 45 a 54 anos de idade. Os dados estão na pesquisa Vigitel 2021, realizada pelo Ministério da Saúde.