O BYD Song Pro é o híbrido mais vendido do Brasil. Não por menos, será o primeiro carro da marca chinesa a receber uma variante flex do conjunto 1.5 DMi híbrido plug-in, quando começar a ser produzido na fábrica de Camaçari (BA). A previsão, após um atraso no cronograma, é de que o início das operações aconteça em setembro deste ano.
Enquanto a produção nacional não começa, o BYD Song Pro está disponível no mercado brasileiro em duas versões, GL e GS, com preços de R$ 194.800 e R$ 204.800, respectivamente. Agora, Autoesporte testou o SUV médio híbrido plug-in para entender as cinco razões para comprar e outras cinco para pensar bem. Confira!
O BYD Song Pro é equipado com o mesmo conjunto híbrido plug-in (com recarga externa) do Song Plus e King. Ou seja, o 1.5 aspirado a gasolina aliado a um propulsor elétrico. No SUV, são 223 cv de potência na versão de entrada e 235 cv na opção mais cara. O torque combinado não é divulgado, mas a tração é sempre dianteira, distribuída pelo câmbio automático e-CVT.
Mesmo não sendo turbo, o SUV médio tem um desempenho honesto e grande parte disso graças ao seu motor elétrico que produz 197 cv de e pouco mais de 30 kgfm de torque. Tanto que, apenas no modo elétrico, o modelo alcança 120 km/h com relativa tranquilidade. Com esse conjunto, aliás, o SUV vai de 0 a 100 km/h em 7,9 segundos e pode chegar a uma velocidade máxima de 185 km/h. Portanto, responde bem em ultrapassagens e retomadas.
Um dos destaques do BYD Song Pro, com certeza, é o espaço interno. Em termos de tamanho, o SUV médio tem 4,74 metros de comprimento, 1,86 m de largura, 1,68 m de altura e 2,71 m de distância entre-eixos. Ou seja, supera o rival Toyota Corolla Cross, que tem 4,46 m de comprimento, 1,85 m de largura, 1,62 m de altura e 2,64 m de distância entre-eixos.
Além das medidas, há algumas sacadas que deixam a segunda fileira mais confortável para os passageiros. Esse é o caso, por exemplo, da ausência do túnel central e do assoalho totalmente plano. Como consequência, o espaço para pernas é muito generoso.
E já que falamos de espaço, não tem como não falar da capacidade do porta-malas. Afinal, é bem maior em relação a outros SUVs médios graças aos seus 520 litros. Para efeito de comparação, Toyota Corolla Cross tem 440 litros, enquanto o Jeep Compass oferta 410 litros de capacidade.
Como nem tudo são flores, é importante frisar que o BYD Song Pro não vem com um estepe, apenas um kit de reparo com selante. A ausência do pneu sobressalente já representa um espaço extra no compartimento.
Algo que surpreende no Song Pro, e também em outros modelos da BYD, é o nível de acabamento. Na cabine, temos uma mistura de tecidos emborrachados, plástico e revestimento sintético no painel e portas, bem como detalhes em aço escovado. E embora seja simples, as peças são muito bem encaixadas.
Por fim, a ergonomia é outro ponto forte do BYD Song Pro. Os assentos, que têm ajuste elétrico apenas na configuração mais cara, são muito confortáveis e parecem abraçar o motorista. O volante tem uma boa empunhadura, bem como ajustes de altura e profundidade.
Abrindo as razões para pensar está o calcanhar de Aquiles do BYD Song Pro: a falta de recursos de assistências ativas de segurança. Itens como sensores de ponto-cego, monitoramento de permanência em faixa e controle de cruzeiro adaptativo foram cortados do pacote Brasil para reduzir o preço em nosso mercado. Entretanto, é uma grande falha para um carro que chega a custar R$ 205 mil. Essa questão se reflete ainda mais quando olhamos para o rival Corolla Cross, que traz um pacote mais completo.
Embora tenha um bom conjunto, o BYD Song Pro pode ser carregado apenas em corrente alternada de até 6,6 kW. Portanto, o tempo para “abastecer” totalmente a bateria pode ser de um pouco mais de duas horas na versão de entrada, que tem capacidade de 12,9 kWh, e chegar até a três horas na versão topo de linha, que tem capacidade de 18,9 kWh.
Uma característica comum nos BYD vendidos no Brasil é o acerto da suspensão macio demais. E o Song Pro não foge à regra. Mesmo com uma arquitetura refinada do tipo McPherson na frente e multilink atrás, a carroceria oscila mais do que deveria quando o SUV passa por imperfeições.
Também não contribui para a sensação ao dirigir a direção mole e anestesiada.
Mesmo tendo uma boa lista de equipamentos, faltou um teto-solar para complementar o SUV híbrido da BYD, que parte de R$ 195 mil. Os rivais já tem esse item de série, mas no caso do Song Pro não está disponível nem mesmo como um opcional.
Talvez a questão mais polêmica envolvendo os modelos da BYD esteja relacionada à garantia. A marca chinesa fala em oito anos de cobertura para motor elétrico e bateria, além de seis anos para o restante do veículo, mas há uma série de condições.
Esses seis anos, inclusive, são válidos apenas para os conjuntos de alta e baixa tensão (fiação, contatores da bateria, centrais eletrônicas de controle, por exemplo), chassi e corrosão da carroceria. Itens como amortecedores, central multimídia, caixa de direção, suspensão e borrachas, por exemplo, têm cobertura menor, de três anos.
Por fim, a BYD considera como uso normal a bateria com até 60% da capacidade. Também é importante dizer que a garantia cai para apenas dois anos quando o veículo é usado para fins comerciais, como transporte de aplicativo, táxi, frotistas ou representantes comerciais, por exemplo.
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Fonte: direitonews