A BYD Shark chegará ao Brasil entre setembro e outubro com grandes expectativas. Além de ser a primeira picape da marca chinesa vendida por aqui, será a caminhonete mais rápida e econômica do nosso mercado, com um 0 a 100 km/h oficial de 5,7 segundos. Tudo isso com muita tecnologia e a promessa de um preço competitivo — provavelmente na casa dos R$ 350 mil.
Autoesporte participou do lançamento mundial da BYD Shark na Cidade do México (México) e, após um rápido contato, traz quatro características marcantes positivas da picape e uma que não é tão legal. Confira:
Você não leu errado. Dotada de um motor híbrido chamado DM-O, a BYD Shark tem um consumo oficial declarado de até 65 km/l, marca respeitável em qualquer carro híbrido. No caso da picape, ainda, plug-in (que carrega em tomadas). Em um modelo de mais de 2.600 kg, o número é ainda mais representativo. Mas esse é o índice homologado pela caminhonete no ciclo chinês WLTC.
É bem verdade que o padrão dos asiáticos é menos rígido que no Inmetro, por exemplo. No entanto, o índice brasileiro deve garantir à Shark o título de picape mais econômica do país. Muito graças ao banco de baterias Blade, que no caso da caminhonete tem 29,6 kWh de capacidade e permitirá uma autonomia de até 100 km em modo elétrico e 840 km no total, de acordo com a marca.
Mesmo quando só o motor a combustão está acionado, o consumo da Shark ainda surpreende: 13,3 km/l gerados pelo motor 1.5 turbo a gasolina de ciclo Miller, com cerca de 40% de eficiência térmica. Ou seja, é um motor um pouco mais sofisticado que o 1.5 aspirado presente no Song Plus. Essa marca, inclusive segue o ciclo europeu, bem menos generoso que o chinês.
Ok, o exemplo de fazer pipoca é extremo, mas o recurso chamado de VTOL (vehicle-to-load ou “estação de energia móvel”) é um dos mais legais da BYD Shark. Com ele, é possível usar parte dos 29,6 kWh da bateria para alimentar outros equipamentos eletrônicos.
No evento de lançamento, a marca demonstrou a função em uma pipoqueira, mas é possível usá-la para carregar celulares ou até para ligar um projetor e transformar um camping em um cinema drive-in.
Por ora, a BYD não confirmou o quanto de energia o VTOL consome da bateria, mas o sistema funciona com uma espécie de extensão que liga no plug-in do carregador. Na outra ponta, há uma “régua” com tomadas para conectar o aparelho que for preciso. O item, aliás, será oferecido como opcional.
Algumas picapes médias já oferecem a opção de ajustes por aplicativo. A BYD segue nessa linha, mas vai além em alguns outros aspectos de conectividade. Com o aplicativo da marca chinesa, é possível não apenas dar a partida remota do motor, como travar e destravar portas, ajustar o ar-condicionado e conferir níveis de combustível e carga da bateria em tempo real.
Já dentro do carro há inúmeras outras funções na central multimídia de 12,8 polegadas. A mais famosa é a tela giratória, mas também um conjunto de câmeras que dá uma visão 540° para auxiliar no off-road. Este permite visualizar todos os cantos da caminhonete em alta definição, como os pontos cegos e o próprio terreno na parte de baixo da carroceria.
Com 430 cv de potência, números maiores que das picapes V8, a Shark anda feito carro esportivo. Leva de 5,7 segundos para chegar a 100 km/h. Ela é mais rápida, por exemplo, que o BMW 330e, sedã que tem 292 cv e 1.740 kg (a Shark tem 2.665 kg). Mesmo mais leve, o BMW leva 5,9 segundos para chegar aos 100 km/h.
A caminhonete da BYD consegue ser mais rápida também que a Ranger Raptor, equipada com motor 3.0 biturbo V6 de 397 cv de potência que leva 5,8 segundos oficialmente no 0 a 100. Lembrando que a picape da BYD é equipada com um conjunto híbrido plug-in que une um motor 1.5 turbo a outros dois motores elétricos de tração.
Ter um carro elétrico sem depender de um carregador público significa que você precisa instalar um ponto de carga na sua casa. E isso pode ser um problema. Mesmo em um carregador rápido do tipo DC (corrente contínua), a Shark tem capacidade de recarga de 40 kW, número não tão alto assim. Assim, uma carga entre 30% e 80% é feita em cerca de 20 minutos.
Já em um carregador doméstico AC (corrente alternada), a potência máxima é de apenas 3,3 kW. Ou seja, inferior ao padrão de 7 kW de outros modelos. A BYD ainda não divulga quanto tempo leva para carregar a bateria em AC. Entretanto, deve demorar em torno de nove horas para atingir uma carga completa.
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Fonte: direitonews