O Inmetro divulgou uma nova tabela do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) na semana passada e gerou polêmica com o consumo do BYD King, que apareceu fazendo até 44 km/l na versão GS, topo de linha. Autoesporte procurou o Inmetro para explicar como essa medição é feita. Mas, para tirar a questão a limpo, testamos o sedã híbrido plug-in chinês e o híbrido nacional Toyota Corolla para ver qual é o consumo dos dois rivais na prática.
A versão GS tem baterias Blade de 18,3 kWh, mesma capacidade da linha Song (tanto o Pro quanto o Plus). O motor 1.5 aspirado a gasolina DM-i desenvolve 110 cv e 13,8 kgfm. Já o motor elétrico tem 197 cv e 33,1 kgfm. A potência combinada é de 235 cv, mas o torque total não é divulgado pela marca.
Segundo o Inmetro, o sedã híbrido plug-in faz médias de 44,2 km/l na cidade e 36,7 km/l na rodovia, usando apenas o motor elétrico. Nesse cenário, a autonomia é de 80 km. Somente com motor a gasolina, esses índices são bem piores: 16,8 km/l e 14,7 km/l, respectivamente.
Nas medições feitas pela Autoesporte usando o sistema híbrido, as marcas ficaram em um patamar intermediário: 21,7 km/l (cidade) e 21,3 km/l (rodovia). Sendo assim, a autonomia na cidade com seus 48 litros de capacidade no tanque vai para 1.041 km, enquanto na estrada cai para 1.022 km.
O que acontece é que, segundo o Inmetro, os melhores números alcançados foram obtidos em testes usando apenas o motor elétrico, que não é medido em km/l, e sim em kWh/km. Depois é feito uma equivalência para chegar no número final.
Isso significa que os 44,2 km/l do King na verdade são uma medição de eficiência energética. Essa conversão serve para híbridos plug-in e elétricos. É por isso que o consumo desses carros aparece na tabela do PBEV em km/l.
Vale lembrar que a opção de entrada do sedã com baterias de 8,3 kWh e potência total de 209 cv não foi testada pela Autoesporte.
No caso do Corolla híbrido com gasolina, os números divulgados pelo Inmetro são: 18,5 km/l na cidade e 15,7 km/l na rodovia. Vale lembrar que o sedã japonês é um híbrido pleno (HEV), com motor 1.8 flex aspirado de 101 cv e 14,5 kgfm. Já o motor elétrico entrega 72 cv e 16,6 kgfm, entregando potência combinada de122 cv. O torque total também não é revelado.
Nas nossas medições os índices foram melhores do que os divulgados pelo Inmetro: 19,7 km/l e 17,7 km/l, respectivamente. Sendo assim, com 43 litros de capacidade no tanque, a autonomia urbana do Corolla híbrido com gasolina é de 847 km e na rodovia de 761 km.
Com a prova prática feita, temos um vencedor. Como era de se esperar: o King é mais econômico do que o Corolla. Porém, a diferença foi menor do que os números do Inmetro sugerem.
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Fonte: direitonews
