Pelo menos seis fabricantes de automóveis já prometeram começar a produzir carros no Brasil em breve. Uma delas é a BYD, que, inclusive, está apenas esperando a finalização das obras do galpão principal para iniciar a operação. Mesmo assim, nesta terça-feira (1º), a marca chinesa fará uma cerimônia de inauguração de sua unidade em Camaçari (BA).
A BYD já anunciou que a primeira fase de produção vai contemplar o Dolphin Mini, que é o elétrico mais vendido do Brasil, — e que também será o primeiro elétrico montado em série no país — e o Song Pro, o híbrido mais emplacado do país e que deve ter o motor convertido para flex.
Outra novidade é que, de acordo com o vice-presidente sênior da BYD no Brasil, Alexandre Baldy, o King deverá ser o terceiro carro a sair da linha de montagem. A informação foi passada em entrevista ao jornal Valor Econômico.
Baldy não especificou quando o King deve se tornar um modelo com produção nacional, mas Autoesporte entende que o movimento deve ficar para o fim deste ano ou, mais provável, 2026. Vale lembrar que a fabricante chinesa promete produzir até 12 modelos simultaneamente na fábrica baiana, incluindo dois novos produtos em desenvolvimento específico para nosso mercado. A capacidade produtiva será de 150 mil veículos anualmente.
O BYD King é um sedã médio que foi lançado no Brasil em junho de 2024. Rival do Toyota Corolla, é vendido em duas versões: GL, por R$ 179.990, e GS, por R$ 191.990. Ambas são equipadas com o mesmo conjunto mecânico do Song Plus, combinando um motor 1.5 aspirado a gasolina de ciclo Miller a um elétrico de tração dianteira e outro gerador.
O motor a combustão, com quatro cilindros e 16 válvulas, desenvolve 110 cv de potência e 13,8 kgfm de torque. Quando integrado ao conjunto elétrico, a potência combinada sobe para 209 cv na versão de entrada e 235 cv na topo de linha. O torque não foi divulgado, mas, no teste instrumentado de Autoesporte, o sedã foi de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos na configuração mais potente.
A diferença entre as versões está na bateria Blade, que pode ser de 8,3 kWh ou de 18,3 kWh na versão mais cara. A autonomia elétrica é de 32 km e 80 km, respectivamente, segundo o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV).
Em relação às dimensões, são 4,78 metros de comprimento, 1,84 m de largura, 1,49 m de altura e 2,72 m de distância entre-eixos. Já o porta-malas tem capacidade para 450 litros.
Atualmente, o BYD King é o segundo sedã médio mais vendido no país, com quase 5,5 mil unidades emplacadas entre janeiro e maio de 2025, segundo a Federação Brasileira da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), ficando atrás apenas do líder, Toyota Corolla, embora por ampla margem. O modelo da marca japonesa possui quase o triplo do volume de vendas no período.
Vale lembrar que a produção da BYD em Camaçari vai começar em regimes SKD e CKD — quando kits e peças vêm prontos da China e são apenas montados e finalizados aqui. Depois, até o fim de 2026, a meta é aprimorar o nível de nacionalização. Veja abaixo:
A planta terá capacidade de fabricar até 150 mil unidades ao ano, de até 12 modelos diferentes. Além disso, será a maior fábrica da BYD fora da China, com 4,6 milhões de m² distribuídos em 28 instalações.
O terreno foi comprado do Governo da Bahia por cerca de R$ 290 milhões. Com a fábrica de Camaçari, a BYD promete criar até 20 mil postos de trabalho até o fim de 2026.
Inicialmente, o cronograma da marca previa o início das atividades na fábrica da Bahia em março de 2025. Contudo, após uma denúncia de trabalho análogo à escravidão feita pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), o planejamento atrasou.
Ainda assim, a BYD corre contra o tempo para iniciar a montagem local antes do aumento do imposto de importação para veículos elétricos e híbridos, que terá sua alíquota aumentada para 28% no caso dos PHEV e 25% no dos elétricos no dia 1º de julho, justamente a data de cerimônia.
O Valor Econômico ainda informa que a BYD “mantém a expectativa de, até lá, convencer o governo a reduzir o imposto de importação para veículos semidesmontados“. A fabricante pede redução de 10%.
“Não tem como o imposto de um produto pronto ser o mesmo daquele que receberá custo adicional no país, como mão de obra. Somos agressivos, mas não podemos jogar dinheiro fora”, destaca Baldy ao portal.
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Fonte: direitonews