BYD está com motor híbrido flex pronto e vai estrear no Song Pro nacional


Após um 2024 de resultados expressivos, com crescimento de 565,3% nas vendas entre janeiro e outubro em relação ao mesmo período do ano anterior (quase 60 mil emplacamentos, contra menos de 10 mil), a BYD segue nos preparativos para inaugurar a fábrica de Camaçari (BA), com a produção do Song Pro. E, ao que tudo indica, já tem um motor híbrido flex pronto para quando isso acontecer.

Após atraso de alguns meses, a previsão da BYD é montar unidades de verificação de processo e em formato SKD (quando as peças chegam já prontas de fora) ainda em 2024 em Camaçari, para começar a produção em série no primeiro trimestre de 2025. Quando isso acontecer, o Song Pro, primeiro produto da marca que deve virar nacional, já sairá da linha com o motor 1.5 a combustão dotado de tecnologia flex.

Autoesporte apurou que o departamento de engenharia da BYD já conseguiu adaptar o motor 1.5 DM-i aspirado usado por Song Pro, Song Plus e King para receber qualquer mistura de gasolina e etanol. Vale lembrar que a gasolina brasileira já tem adição de 27,5% de etanol, percentual que pode subir para até 35% nos próximos anos. Assim, o trabalho de conversão desses propulsores em flex será quase mandatório.

Quando os primeiros exemplares de produção do Song Pro “made in Bahia” começarem a deixar a linha de montagem, em 2025, debaixo do capô haverá o motor 1.5 aspirado de quatro cilindros em linha da família DM-i em sua versão flexível.

No processo de conversão, quase sempre há o ganho de alguns cavalos com uso do combustível vegetal, por conta da diferença de curva de avanço exigida. Por exemplo, motor o 1.0 turbo flex da Fiat vai de 125 cv com gasolina para 130 cv com etanol. No caso do Volkswagen 1.0 TSI flex, são 116 cv com gasolina e 128 cv com etanol, uma expressiva diferença de 12 cv.

No caso da BYD, ainda há outra questão. O motor 1.5 aspirado de quatro cilindros e 16 válvulas roda em ciclo Atkinson e não tem injeção direta. Caso vire flex, deve ficar um pouco mais potente quando usar o combustível derivado da cana. Fontes da marcas não cravam quanto será o ganho, mas estimam algo em torno de 5 cv. Com gasolina, nada deve mudar.

Por fim, também é preciso saber se a marca chinesa vai enfim padronizar os números do motor DM-i. Atualmente, são três níveis de potência e dois de torque, de acordo com o veículo no qual é aplicado. O Song Pro é o mais fraco dos três, com 98 cv e 12,4 kgfm. No Song Plus são 105 cv e no King, 110 cv. Nos dois últimos casos, o torque é sempre de 13,8 kgfm. Isso falando apenas do motor a combustão.

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Quando os veículos combinam o motor elétrico, aí a potência máxima sobe para 209 cv (King GL), 223 cv (Song Pro GL) ou 235 cv (King e Song Pro GS, e Song Plus). Como são todos veículos híbridos com recarga externa, os chamados plug-in (PHEV), seriam os primeiros modelos híbridos plug-in flex do mercado brasileiro.

Por fim, a BYD estuda tornar flex a variante turbo do motor 1.5 DM-i, usado no Brasil por enquanto apenas pela picape Shark, com direito a elétrico traseiro e tração 4×4, em um conjunto de 430 cv de potência combinada chamado DMO. Porém, a aplicação ideal não seria na picape, mas sim em um SUV híbrido que já roda em testes no Brasil e deve fazer a estreia em 2025.

Estamos falando do Seal U, que, apesar do nome, é uma versão do Song Plus com visual diferente. Sua inspiração visual é o sedã elétrico Seal, seguindo a identidade visual da linha Ocean. Visto em testes nas ruas brasileiras em julho deste ano, o Seal U usa um motor 1.5 turbo de 139 cv de potência e 23,6 kgfm de torque, menos potente que os quase 200 cv do propulsor a combustão da Shark.

Porém, quando aliado a um ou dois motores elétricos, o SUV se aproxima dos 300 cv combinados, o bastante para concorrer com o rival GWM Haval H6, que tem duas versões plug-in com diferentes níveis de força. Este mesmo conjunto deve ser usado numa variante do sedã grande Seal 07 DM-i, que também está em testes no Brasil e deve ser lançado em breve.

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Fonte: direitonews

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