Buraco negro desafia modelos sobre origem do Universo crescendo 2,4 vezes acima do esperado


Astrônomos identificaram um buraco negro que cresce a uma das taxas mais rápidas já registradas, graças a observações do Observatório de Raios X Chandra da NASA. A descoberta pode ajudar a explicar como alguns buracos negros atingem massas gigantescas pouco tempo após o Big Bang, desafiando os modelos convencionais de formação estabelecidos até hoje.
Localizado a cerca de 12,8 bilhões de anos-luz da Terra, o buraco negro tem cerca de um bilhão de vezes a massa do Sol e está sendo observado como era apenas 920 milhões de anos após o início do Universo. Ele emite mais raios X do que qualquer outro buraco negro conhecido do primeiro bilhão de anos cósmicos, alimentando um quasar extremamente brilhante.
Esse quasar, chamado RACS J0320-35, foi descoberto há dois anos, mas só em 2023 os dados do Chandra revelaram que seu buraco negro cresce a uma taxa que excede o limite de Eddington — o ponto em que a pressão da radiação impede que mais matéria seja absorvida. Isso surpreendeu os cientistas, que esperavam um crescimento mais moderado.
Normalmente, asteroides — como o representado neste conceito artístico — se originam do cinturão principal de asteroides entre as órbitas de Marte e Júpiter, mas uma pequena população de objetos próximos à Terra também pode vir da superfície da Lua após serem ejetados para o espaço por um impacto - Sputnik Brasil, 1920, 17.09.2025

Tradicionalmente, acredita-se que buracos negros que crescem abaixo do limite de Eddington precisam nascer com massas superiores a 10.000 sóis para atingir um bilhão de massas solares em menos de um bilhão de anos. Isso exigiria condições raras, como o colapso de nuvens de gás com poucos elementos pesados. Mas o RACS J0320-35 pode ter começado com menos de 100 sóis, resultado da morte de uma estrela massiva.
A equipe, liderada por Luca Ighina e Alberto Moretti, usou o espectro de raios X do Chandra para estimar a taxa de crescimento entre 300 e 3.000 sóis por ano. A análise mostrou que o buraco negro está acumulando massa 2,4 vezes mais rápido que o limite de Eddington, reforçando a hipótese de crescimento acelerado por um longo período.
Esse comportamento ajuda a investigar uma das maiores questões da astrofísica: como surgiu a primeira geração de buracos negros. Além disso, o RACS J0320-35 apresenta jatos de partículas em velocidades próximas à da luzfenômeno raro em quasares — o que pode estar relacionado à sua taxa de crescimento excepcional.

A descoberta foi possível graças a uma combinação do radiotelescópio Australian Square Kilometer Array Pathfinder, a Dark Energy Camera no Chile e o Telescópio Gemini-Sul, que determinou com precisão a distância do quasar.

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Fonte: sputniknewsbrasil

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