RIO DE JANEIRO, RJ – Parece que o fracasso de ‘O Sétimo Guardião’, em 2018, na Globo antecipou uma vontade que Bruno Gagliasso, 40, já vinha amadurecendo há alguns anos. Durante a noite de premiação do 21º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, nesta quarta-feira (10), no Rio, o ator confessou que não pretende mais fazer novelas. “Tenho muito carinho e respeito pelo segmento porque fez parte da minha construção como ator e ser humano. Só que o ciclo fechou. Não me vejo mais atuando em novelas”, explica o ator.
Bruno Gagliasso concorria na categoria Melhor Ator pelo filme “Marighella” e, julgar pelo que vem por aí em sua vida profissional, trabalho é o que não vai faltar. “Tenho o lançamento de ‘Santo’ (Netflix) no mês que vem. Tive duas sérias lançadas recentemente, que foram ‘Biônicos’ (Netflix) e ‘Operação Maré Negra’ (Amazon Prime), e tem outras coisas que não posso falar. Enfim , agora estou focado em cinema e séries”, contou o ator, um das mais potentes vozes da classe artística contra a ameaça à democracia no país.
“Vou citar uma frase do Marighella: ‘Não há tempo para ter medo’”, disse ele, ao ser perguntado sobre sua atitude combativa em relação ao governo de Jair Bolsonaro. “Eu não seria quem eu sou se não me posicionasse”, contou, acrescentando que continua, sim, distribuindo aos amigos toalhas vermelhas com o rosto do petista Lula. “Tenho várias”.
O ator também falou sobre “Santo”, série espanhola gravada na Europa e também no Brasil. A trama conta a história de um traficante de drogas muito procurado, mas cujo rosto nunca foi visto. Gagliasso interpreta Cardona, um policial que procura pelo criminoso e precisa se entender com o companheiro Millán, vivido pelo espanhol Raúl Arévalo, para resolver o caso.
Bruno garante que não teve dificuldades com o idioma. “O meu personagem é brasileiro e aí eu falo em português, mas não tive muitos problemas em me comunicar com o elenco e a produção. Morei na Argentina por um ano [ele participou da primeira versão de “Chiquititas”, do SBT, em 2000] e aprendi o idioma lá. É um espanhol diferente, claro, um é sul-americano e outro europeu, mas não foi uma questão, não. Deu tudo certo no final”, explica.