Mattia Binotto deixa de forma oficial o cargo de chefe de equipe da Ferrari na Fórmula 1 no dia 31 de dezembro. Com isso, Frederic Vasseur assume o posto em Maranello no dia 9 de janeiro, após sair da função na Alfa Romeo.
Para o ex-piloto e hoje comentarista da Sky Sports, Martin Brundle, a decisão da escuderia italiana não foi acertada: “Não sei ao certo porquê a Ferrari escolheria agora ter um mês sem chefe. Acho que eles deveriam ter dado mais tempo a Binotto”, argumentou.
“Se eu fosse a Mercedes ou a Red Bull estaria sorrindo agora, porque continuidade é tudo. À medida que as temporadas da Fórmula 1 ficam mais longas e intensas, você deve ter cuidado com essas mudanças de membros do time”, enfatizou.
“A Mercedes tem continuidade real, assim como a Red Bull. Fred Vasseur tem que entrar e encontrar seu caminho, se estabelecer, entender, e é uma tarefa difícil. Não importa quem você é, vai levar tempo, a menos que você faça parte da estrutura como [o ex-chefe Stefano] Domenicali foi e como Binotto foi”, explicou Brundle.
“É uma mudança tão fundamental e vai desestabilizá-los no curto prazo. Todos ficarão um pouco desequilibrados pensando onde eles se encontram e o que vem a seguir. Eles estarão no limbo.”
A mídia especula que um dos motivos da chegada de Vasseur seja pelo bom relacionamento com Charles Leclerc, proveniente das categorias de base e na Sauber. Brundle acredita que se de fato a razão da contratação for essa, a Ferrari está no caminho errado.
“Bem, se eles contrataram Vasseur porque ele era próximo ou é próximo de Charles Leclerc, esse é o motivo completamente errado. É um trabalho muito maior do que isso. E a Ferrari tem Carlos Sainz e Charles Leclerc, uma das melhores duplas de pilotos da Fórmula 1, ambos precisam se sentir confortáveis, amados e apoiados.”
“Então, Fred não vai lá pensando: ‘sabe, estou com Charles’. Eles têm uma chance melhor de manter Leclerc no futuro se ele estiver confortável. Mas é tudo uma questão de desempenho, não se trata de quem é amigo de quem neste negócio. Muito pelo contrário, na verdade”, argumentou.
“É realmente quem pode dar a ele um carro com potencial para o campeonato e uma equipe, é o que ele precisa. Se ele correu com Vasseur e ganhou campeonatos juniores – como seu irmão mais novo também fez – é outra história diga-se de passagem”, finalizou.