O tema do fórum que tem lugar em Ras al-Khaimah, nos Estados Árabes Unidos (EAU), é uma nova arquitetura de cooperação para a economia moderna.
Representantes dos círculos governamentais e empresariais da Rússia, dos EAU, da Itália e de outros países estão discutindo o desenvolvimento de laços econômicos internacionais no contexto de riscos geopolíticos crescentes.
“A destruição do sistema unipolar e a evolução para a multipolaridade, com todos os riscos e incógnitas que a acompanham, é um processo que já está em andamento e não pode ser interrompido. É uma tendência objetiva que pode ser desacelerada, contida, mas não revertida. Um exemplo notável desse processo em andamento e que chama a atenção é o rápido desenvolvimento do BRICS”, disse Fallico.
Ele acrescentou que alguns acham que a organização é uma coisa antiocidental que compete com estruturas patrocinadas pelos Estados Unidos, porque se baseia em uma outra filosofia e abordagem.
Porém, o BRICS não é uma composição semelhante ao mundo do Ocidente, pois não tem “uma hierarquia interna rígida, nem um participante principal ou dominante, e não indica a outros como e o que devem fazer”.
Fallico observou que a falta de hierarquia interna é vista por muitos críticos como prova da fraqueza e ineficácia do BRICS.
“No entanto, é isso que lhe dá força, tornando esse modelo de relações internacionais cada vez mais atraente. O BRICS não está impondo um novo sistema de pagamentos e financiamento internacional, mas está explorando sistemas adicionais que poderiam ser acrescentados aos já existentes.”
Segundo ele, isso foi a razão da criação do Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS, chefiado por Dilma Rousseff, que se tornou um parceiro do Grupo dos 20 (G20) na cúpula no Rio de Janeiro.
O especialista ressaltou que o número de países que querem ser membros do BRICS está crescendo rapidamente e esse desejo é “incontrolável”, até o ponto que mesmo a Turquia, membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) liderada pelos EUA, quer participar do bloco.
Ele disse que cada um dos países, tanto os que fazem parte do BRICS quanto os que aspiram a fazer parte dele, “encontram seu próprio interesse nisso”, da Bolívia e Cuba até a Nigéria e a Indonésia.
Fonte: sputniknewsbrasil