Brasileiro vai consumir 95 kg de carne em 2023, segundo a Conab


Brasileiro vai consumir 95 kg de carne em 2023, segundo a Conab

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Consumo de carnes suína e de frango aumenta, mas a de boi, devido aos preços elevados, vem caindo.

O consumo de carne pelo brasileiro deverá atingir 95,3 quilos per capita no próximo ano. O volume supera o deste ano, que foi de 92,6 kg, mas apenas retorna ao patamar de 2021.

queda de renda no país provoca uma substituição das proteínas, com o consumidor indo em busca de produto mais acessível economicamente.

Em 2019, os brasileiros consumiam 33,9 quilos de carne bovina. O apetite chinês sobre o produto brasileiro fez o preço disparar, e a carne bovina perdeu competitividade no mercado interno, em relação às demais.

No próximo ano, mesmo com uma recuperação de 1,1% em relação à quantidade consumida neste ano, os consumidores vão comprar 25,9 kg por pessoa.

Já a carne suína vem obtendo uma preferência maior. O patamar de consumo interno dessa proteína aumentou 19% em seis anos, apesar do crescimento das exportações para a China.

Devido à peste suína africana, os chineses, os principais produtores e consumidores de carne suína no mundo, tiveram de diminuir seu rebanho.

Mesma tendência ocorre com a carne de frango. Nos últimos seis anos, o consumidor brasileiro elevou em 13% a compra anual dessa proteína.

Os dados são da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) que, pela primeira vez, incorporou as proteínas nas perspectivas de produção, consumo e exportações agropecuárias nas estatísticas anuais da empresa.

O cenário para o próximo ano é bastante desafiador para as proteínas, mas o setor de carne bovina, devido à continuidade da demanda externa, terá margens positivas.

A produção cresce 2,9% e vai a 8,7 milhões de toneladas. As exportações, na avaliação da Conab, sobem 5%, para 3,1 milhões de toneladas.

Suinocultura e avicultura terão cenários ainda mais desafiadores e dependerão muito da supersafra de grãos esperada para o país. Os custos de produção se mantêm elevados nesses setores, e as margens podem ser negativas.

 Sergio De Zen, diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, destaca que o cenário para a suinocultura é bem diferente do das demais carnes.

O setor foi muito dependente do mercado russo há alguns anos, Agora, as exportações brasileiras estão concentradas na China. As demais proteínas têm um leque maior de países importadores do Brasil.

As exportações de 2023 de carne suína melhoram em relação às deste ano, período em que a China pisou no freio nas compras do produto brasileiro.

Para o próximo ano, a Conab prevê vendas externas de 1,18 milhão de toneladas, com evolução de 9%.

No setor de avicultura, a produção de carne sobe para 15,6 milhões de toneladas, com alta de 2,5%, mas as exportações caem para 4,48 milhões, um recuo de 1,7% (Folha de S.Paulo, 25/8/22)


Conab vê aumento do abate de bovinos em 2023 e 1º avanço na produção de carne em 5 anos

Esse incremento nos abates abre espaço para um aumento na produção de carne bovina na ordem de 2,9%.

 Em sua primeira projeção para a produção pecuária de 2023, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estimou os abates de bovinos do Brasil em 30,1 milhões de cabeças, alta de 2,7% no comparativo anual, em um momento de reversão no ciclo produtivo após anos de retenções de fêmeas.

 De acordo com relatório de perspectivas divulgado hoje (24), a estatal disse que esse incremento nos abates abre espaço para um aumento na produção de carne bovina na ordem de 2,9%, diante da possibilidade de início no processo de descarte de vacas, característico do atual momento do ciclo pecuário.

 Caso essa previsão seja confirmada, seria o primeiro aumento na produção de carne do Brasil desde 2018, a partir de quando o país registrou seguidas reduções na oferta de cortes bovinos, segundo dados da estatal.

 O avanço na produção da carne também deve possibilitar um acréscimo na ordem de 5% nas vendas da proteína ao mercado externo e ligeira elevação na disponibilidade per capita em 2023, se aproximando dos 26 quilos por habitante ao ano.

 O cenário indica algum alívio nas despesas com bezerro, após um período de retenção de matrizes, mas manutenção de custos altos em outros segmentos da pecuária.

 “Apesar de haver previsão de queda do preço médio do bezerro, tal movimento não é suficiente para motivar uma queda geral nos custos, uma vez que a suplementação animal também tem sofrido com recentes altas”, disse em nota o gerente de Produtos Pecuários da Conab, Gabriel Correa.

 Os produtores de carnes, principalmente de aves e suínos, se deparam com o desafio de gerenciar os custos de produção, diante de preços de milho em patamares mais altos — principal insumo da ração. Neste cenário de custos elevados, a tendência é de uma menor margem de rentabilidade, alertou a Conab.

 Os abates de aves projetados para 2023 tendem a apresentar crescimento de 3,2% em relação a este ano, sendo estimados em 6,29 bilhões de cabeças de frangos, enquanto as exportações devem ter uma ligeira queda de 1,7%, podendo chegar a 4,5 milhões de toneladas.

 “Essa combinação de fatores resulta em um provável aumento da oferta interna na ordem de 4,2%, elevando a disponibilidade per capita acima dos 51 kg/hab/ano”, afirmou a estatal.

 No caso da suinocultura, ainda segundo a análise da Conab, a tendência para 2023 é de um aumento na ordem de 6,7% nos abates que, por sua vez, não deve se converter totalmente em aumento na produção da proteína em virtude do menor peso médio esperado diante dos elevados custos na alimentação dos plantéis.

 Outro fator a ser considerado é a recuperação dos rebanhos chineses, atingidos fortemente pela peste suína africana a partir de 2018, que vem impactando nas cotações internas de suíno vivo, além de influenciar na redução das exportações para a China.

 “No entanto, com a abertura de novos mercados, a exemplo de outros países do Sudeste Asiático e do Canadá, essa queda tende a ser amenizada”, disse o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira (Reuters, 24/8/22)

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