Em 2022, o Brasil contabilizou 9,4 milhões de empresas e organizações ativas formalmente, empregando um total de 63 milhões de pessoas em 31 de dezembro. Deste contingente, 50,2 milhões (80,0%) eram trabalhadores assalariados, enquanto 12,5 milhões (20,0%) eram sócios ou proprietários.
Os salários e outras remunerações somaram R$ 2,3 trilhões, resultando em um salário médio mensal de R$ 3.542,19, equivalente a 2,9 salários mínimos. Esses dados foram revelados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através das Estatísticas do Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) 2022, divulgadas nesta quinta-feira (20).
No mesmo ano, 2,9 milhões das empresas tinham pessoal assalariado, representando 30,4% do total, enquanto 6,6 milhões operavam sem empregados assalariados, constituindo 69,6%. As empresas sem assalariados ocuparam 13,5% do total de trabalhadores (8,4 milhões), todos como sócios ou proprietários, e pagaram 0,4% dos salários (R$ 8,6 bilhões), com média salarial de R$ 2.454,36, equivalente a dois salários mínimos.
Por outro lado, as empresas com empregados assalariados absorveram 86,5% do total de trabalhadores (54,3 milhões) e 32,6% dos sócios e proprietários (4,1 milhões). Elas foram responsáveis por 99,6% dos salários e outras remunerações (R$ 2,3 trilhões), com média mensal de R$ 3.548,12, também equivalente a 2,9 salários mínimos.
No aspecto setorial, o comércio e a reparação de veículos automotores e motocicletas se destacaram, liderando em número de empresas (29,1%), pessoal ocupado total (21,0%), e pessoal assalariado (19,0%). Em salários e outras remunerações, no entanto, ocuparam a terceira posição (13,0%).
A seção de indústrias de transformação ocupou o segundo lugar em pessoal ocupado total (14,0%), salários e outras remunerações (16,4%) e pessoal assalariado (15,8%). Enquanto isso, administração pública, defesa e seguridade social lideraram em salários e outras remunerações (23,3%) e ficaram em terceiro lugar em pessoal assalariado (15,7%).
Em relação ao perfil demográfico, homens representaram 54,7% do pessoal ocupado assalariado, recebendo 58,5% dos salários e outras remunerações, com um salário médio mensal de R$ 3.791,58. Já as mulheres compuseram 45,3% do pessoal ocupado assalariado, recebendo R$ 3.241,18 em média, o que indica uma disparidade salarial de 17% a favor dos homens.
Quanto à escolaridade, 76,6% do pessoal ocupado assalariado não possuía ensino superior, com um salário médio de R$ 2.441,16, enquanto 23,4% tinham ensino superior, recebendo aproximadamente três vezes mais, com salário médio de R$ 7.094,17. As atividades com maior proporção de trabalhadores com ensino superior foram educação (64,3%) e atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (60,6%).
Em resumo, as Estatísticas do CEMPRE 2022, divulgadas pelo IBGE, refletem um panorama detalhado do mercado de trabalho e das empresas brasileiras, destacando mudanças metodológicas que impossibilitam comparações com séries históricas anteriores a partir de 2007.
Fonte: gazetabrasil