“Ele buscará o protecionismo, mas quanto mais exagerar na dose, mais oportunidades vejo para o Brasil […]. Se Trump se desentender com a China, nós vamos aproveitar”, afirmou o ministro ao jornal, acrescentando que o presidente eleito dos EUA terá dificuldades em transformar a retórica da campanha eleitoral em realidade.
Para o ministro brasileiro, qualquer movimento geopolítico de protecionismo norte-americano pode gerar benefícios indiretos para o Brasil.
“Se Trump endurecer, nós já estamos com um fortalecimento do Sul Global, da relação com o BRICS, temos presença . Imagine Índia, China, agora a entrada de países do Oriente Médio… Temos consumo, dinheiro e produtos, e temos paz e segurança na entrega […]. Veja a Ucrânia, que é um grande fornecedor de alimentos para a Europa e o mundo, mas está em conflito. Aqui não temos isso”, exemplificou.
Quando questionado sobre a falta de acordos comerciais de exportação com grandes países, como Índia e China, o ministro destacou que é preciso cautela, já que essas negociações exigem em contrapartida oportunidades para a indústria de Pequim.
“O presidente Lula diz isto o tempo todo: um bom comércio é equilibrado, onde se vende e se compra, mas se abrirmos muito para a China, destruiremos a indústria brasileira. Então temos que ir dosando, mas estamos fazendo isso com muita sabedoria“, afirmou.
O ministro também explicou que, em breve, o Brasil exportará grandes quantidades de leguminosas para a Índia e que deseja continuar e finalizar o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.
Fonte: sputniknewsbrasil