Ela ressalta que os ciclones e inundações são fenômenos previsíveis, parte da natureza e da Terra, e que, apesar de ocorrerem em padrões periódicos, a região não está devidamente preparada.
”A transformação das cidades em locais resilientes é fundamental. Há a necessidade de adaptações e planejamento para suportar esses fenômenos extremos”, pontua a especialista.
Fenômenos climáticos e ciclones extratropicais
”O ciclone extratropical é um fenômeno de baixa pressão. Onde a pressão baixa na superfície, isso significa que o mar está acendendo, ele está subindo naquela região. E, junto com essa sensação de variedade, isso produz chuva. Muita chuva. Agora, há outros fenômenos, como jatos de alto ruído, que produzem um fenômeno parecido, que é o de levantamento do ar, que leva junto a umidade do ar nessa ascensão, e produz também muita chuva. Há uma necessária distinção entre eles, por razão da intensidade, por razão da duração, e também as consequências. O furacão é um fenômeno que produz muita chuva, e também ventos que chegam a mais de 200 quilômetros por hora. Já esses ciclones extratropicais, eles produzem também ventos intensos, mas é um fenômeno que é mais significativo do ponto de vista da precipitação [de chuvas] em relação ao furacão”, detalha o especialista do Departamento de Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo.
O clima se refere a médias de longo prazo, enquanto o tempo é a situação atual em um período mais curto. Marcely Sondermann, meteorologista da Climatempo, reforça que o aquecimento global tem contribuído para extremos climáticos mais frequentes e intensos.
”A gente tem observado, principalmente, um aquecimento em toda a região, em todo o planeta, inclusive aqui no Brasil, e que tem batido recordes de diversas formas. Temos visto esse aquecimento, esses recordes de temperatura. O planeta está aquecendo anormalmente. Esse aquecimento acaba dando mais combustível para a atmosfera gerar pontos mais extremos, mais intensos e mais frequentes. E, por exemplo, esses ciclones que a gente tem observado na região Sul, ao longo de todos esses últimos anos, dez ou 20 anos, observamos que esses fenômenos têm ficado, sim, um pouco mais intensos. Eles têm estado associados à chuva muito mais intensa, a uma rajada de vento também mais forte”, pontua Marcely.
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Fonte: sputniknewsbrasil