Mas, afinal, o governo Lula enfrentará muitas greves, sobretudo em 2023?
“Essa questão, especialmente […] [no que diz respeito ao] contrato intermitente, que é controverso e de constitucionalidade duvidosa, está parada no Supremo [Tribunal Federal, STF]. Há também a pressão dos sindicatos no sentido de revisão desses aspectos da legislação trabalhista”, diz o professor da UnB.
“[…] Greves motivadas por pedidos de revisão desses cenários estão no horizonte e são possíveis. Mas esse governo tem disposição para negociar”, aponta. Ele ressalta, porém, que “o Congresso Nacional mantém, majoritariamente, parlamentares com vínculos com o patronato. Não adianta prometer a revisão das regras se o Congresso vetar”.
“Achar que o país não funciona [por conta de] greve é tolice, pois todos os mais desenvolvidos têm greves a todo o momento. Tem que parar com essa ideia de que o Brasil tem selo de atraso civilizatório por causa de greves.”
“Se este governo não estiver preparado, nenhum outro governo esteve ou estará. Lula foi forjado na luta sindical. É uma pessoa que sabe o que é ser operário. Na história da república brasileira nunca tivemos uma pessoa que foi operária como presidente. Nem a Dilma [Rousseff, ex-presidente petista]. O governo tem preparo, em tese, para as negociações políticas que vão ser enfrentadas no Congresso Nacional”, conclui.
Fonte: sputniknewsbrasil