“As exportações brasileiras chegaram a US$ 339,7 bilhões em 2023 [R$ 1,89 trilhão, na cotação atual], e apenas no primeiro semestre deste ano exportamos US$ 167,6 bilhões [R$ 936,62 bilhões, na cotação atual]”, conta Viana sobre os valores inéditos alcançados pelo Brasil.
“Apenas no primeiro semestre de 2024 foram 186 anúncios de investimentos, que somam um valor de US$ 28,5 bilhões [R$ 159,27 bilhões, na cotação atual]. Esse resultado demonstra um crescimento médio de 29% a cada semestre e já representa 74% dos investimentos anunciados em 2023”, conta o presidente da agência.
Negócios entre Brasil e China superam a casa dos US$ 100 bilhões
“Desde o início do século existe uma tendência de deslocamento do eixo da economia global para o Leste Asiático. Com o forte crescimento chinês e dos países da ASEAN [acrônimo em inglês para Associação de Nações do Sudeste Asiático], ocorreu naturalmente um forte incremento da corrente de comércio do Brasil com essa região”, explica Viana.
“Muitos investimentos [chineses] são articulados via Hong Kong. Com isso, algumas análises apontam a China como um dos três maiores investidores no Brasil.”
Em queda em 2023, comércio brasileiro com os EUA e a UE voltou a crescer em 2024
“Conforme divulgamos no Impulso das Exportações, as vendas brasileiras cresceram 12% para os Estados Unidos e 2,1% para a União Europeia.”
Brasil foi o 3º principal fornecedor dos países da América Latina e do Caribe em 2023
“O mercado argentino também é importante por importar do Brasil bens de alto valor agregado, o que evidencia a importância da Argentina para a indústria brasileira; destacadamente, o setor automotivo. Nesse sentido, ao comparar os seis primeiros meses de 2023 e 2024, é observada uma queda nas exportações brasileiras ao país vizinho de 37,6%”, acrescenta Viana.
Trocas comerciais entre Brasil e Rússia superaram patamar histórico em 2023
“São os dados da realidade, mas estamos atentos para, o mais rápido possível, retomar a participação do Brasil nas feiras e nos eventos internacionais na Rússia, por se tratar de um mercado importante para as exportações brasileiras”, ressalta.
“Sobretudo em instalações portuárias, conexões ferroviárias e estruturas de armazenamento. São setores naturais, inclusive, para a expansão dos negócios dessas empresas no Brasil, que é um mercado promissor e estratégico para a maioria delas.”
Expansão do BRICS poderá contribuir para reformar a ordem econômica internacional
“A expansão do bloco poderá impactar positivamente a capacidade de investimento do Novo Banco de Desenvolvimento [NDB], o ‘Banco do BRICS’, que poderá ser um vetor para investimentos — em especial da China e de fundos árabes, em infraestrutura e transição energética.”
“O Brasil, por meio do Mercosul, assinou acordo de livre-comércio com Singapura em dezembro de 2023, negocia com Coreia do Sul, Indonésia e Vietnã, além de ter aberto um mandato negociador com os Emirados Árabes Unidos.”
‘Aprofundamento das relações com o continente africano é uma das prioridades da ApexBrasil’
“Ao Brasil interessa ampliar seu comércio com todas as regiões, exercendo o universalismo tradicional de sua política externa, o que reduz riscos e aumenta a resiliência da economia nacional a eventuais choques externos”, explica Viana.
“A agência também volta a promover missões empresariais do outro lado do Atlântico, com a Brasil-Africa Solutions 2024 e a Missão Empresarial à África 2024, que passará por Namíbia, Botsuana, Moçambique e Tanzânia. A Brasil-Africa Solutions movimentou impressionantes R$ 104,8 milhões em negócios para empresas brasileiras, somando as vendas imediatas e as esperadas para os 12 meses subsequentes, o que mostra o pragmatismo do nosso retorno à África”, contextualiza.
Brasil trabalha para recuperar imagem de excelência industrial
“Alguns dos setores que aparecem com destaque entre as oportunidades são máquinas e equipamentos para a geração de energia, máquinas em geral e equipamentos industriais, veículos rodoviários, calçados, produtos farmacêuticos e medicinais, plásticos, móveis, entre outros”, revela.
“Um exemplo claro disso é que, no primeiro semestre deste ano, as exportações de aeronaves cresceram 22,3%”, argumenta.
“As ações de apoio às exportações da indústria são fundamentais para posicionar o Brasil como fornecedor de produtos de alto valor agregado, superando a visão de que o país é apenas um fornecedor de commodities e alimentos e bebidas. Por exemplo, temos o setor de revestimentos cerâmicos, que hoje o Brasil é o terceiro maior produtor mundial e sexto maior exportador, estando entre os principais players internacionais”, informa.
“Com essas estratégias, a ApexBrasil busca expandir e diversificar as exportações brasileiras, garantindo um crescimento sustentável e inovador para a indústria nacional”, finaliza.

Fonte: sputniknewsbrasil