Brasil conta com 1ª fábrica de processamento de terras raras para produção de ímãs


Em busca de independência produtiva e desenvolvimento sustentável, o país tem investido na viabilização pela indústria desses 17 elementos químicos raros na natureza, e usados principalmente na fabricação de itens de alta tecnologia.
E a primeira iniciativa está na cidade de Aparecida de Goiânia (GO), com a primeira planta piloto do país a processar terras raras, de acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM).
A planta piloto foi inaugurada em abril e recebeu nesta semana a visita de técnicos da ANM para acompanhar a transformação da argila iônica em imãs usados em motores de carros elétricos e em engrenagens de turbinas eólicas.
Ainda segundo a agência, não há necessidade de uso de explosivos nem de trituração no método utilizado, não gerando resíduos líquidos e dispensando barragens de rejeitos. Além disso, 95% da água do processo é reutilizada e 99% do principal reagente é aproveitado, um fertilizante natural.
A argila possui uma concentração de cerca de 0,1% do carbonato e após o processamento o carbonato ganha mais de 95% de terras raras com a obtenção de quatro elementos principais (neodímio, praseodímio, disprósio e térbio).
“Com a adição dos elementos de terras raras, os imãs passam a suportar temperaturas muito mais elevadas. Isso se reflete em componentes menores e de maior durabilidade, gerando um círculo virtuoso de eficiência energética”, explicou Matheus Lima, especialista jurídico da empresa responsável pela operação da planta em Goiás, em visita da ANM ao local.
Os elementos são extraídos do município goiano de Nova Roma, próximo à divisa com Tocantins e, segundo a agência, é necessária uma tonelada de argila iônica para se produzir um quilo de carbonato de terras raras.
Essa etapa de concentração é a primeira na cadeia de valor das terras raras e obtenção do carbonato, o material ainda precisar ter a separação de cada um dos 17 elementos químicos.
“Na sequência, esses elementos serão convertidos em ligas metálicas de alta pureza, e só então poderão ser usados na fabricação dos imãs empregados nos carros elétricos e nas turbinas eólicas”, esclareceu ele.
Com a crescente demanda nesse segmento, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e à diretora do Serviço Geológico do Brasil (SGB), Sabrina Góis, para priorizar o mapeamento geológico do Brasil.
Apenas 27% do território brasileiro são mapeados no modelo 1:100.000, considerado mais detalhado. Mesmo com mais de 70% do solo sem conhecimento preciso, o Brasil possui a terceira maior reserva de terras raras do mundo, ficando atrás apenas de China e Vietnã, segundo o Serviço Geológico dos EUA (USGS, na sigla em inglês).
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Fonte: sputniknewsbrasil

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