(Reuters) – O Ministério da Agricultura brasileiro afirmou nesta quarta-feira que o Brasil abriu mercados na China para uvas frescas, gergelim, sorgo e produtos de peixe como farinha e óleo, após assinaturas de acordos durante visita de Estado do presidente chinês, Xi Jinping, a Brasília.
Com isso, o Brasil registra a conquista de 281 mercados agropecuários desde o início de 2023 para dezenas de destinos.
Mas o sorgo pode se juntar à soja e ao milho como outros importantes grãos de exportação para o principal parceiro comercial do Brasil.
No sorgo, contudo, a participação brasileira é de 0,29% no mercado mundial, enquanto a China importou 1,83 bilhão de dólares deste produto no ano passado, sendo a maior parte dos Estados Unidos, apontou o Ministério da Agricultura, em nota.
O acordo envolvendo o cereal acontece algumas semanas antes de Donald Trump tomar posse como presidente dos Estados Unidos.
No caso de uma “guerra” tarifária entre China e EUA, o sorgo poderia ser um dos produtos afetados, como aconteceu na disputa comercial de 2018.
Já a produção de sorgo no Brasil duplicou desde 2020/21, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para 4,4 milhões de toneladas na temporada 2023/24, com maior demanda da indústria de ração e também de olho no potencial para a produção de etanol.
Mas a produção é relativamente pequena perto da soja, por exemplo, com colheita estimada em mais de 160 milhões de toneladas na safra 2024/25.
Na lista de atos assinados por conta da visita de Estado da China, não há protocolos sobre miúdos de suínos e bovinos, citados pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, no início da semana. Mas ele havia citado a possível abertura do mercado de uvas.
“O Brasil já se mostrou um país confiável na posição de maior fornecedor de alimentos e energia renovável e podemos continuar ampliando cada vez mais as parcerias…”, disse Fávaro, em nota.
OUTROS PRODUTOS
O ministério afirmou que, considerando a demanda chinesa ao longo de 2023 para os produtos com protocolos assinados, além da participação brasileira nesses mercados, o potencial comercial é de cerca de 450 milhões de dólares por ano.
“Mas se levarmos em conta outras variantes de mercado e o potencial brasileiro, podemos comercializar muito mais, ultrapassando a cifra de 500 milhões de dólares por ano”, disse o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luis Rua.
Nos produtos com protocolos assinados nesta quarta-feira, a China importa quase 7 bilhões de dólares, “e o Brasil vem se consolidando cada vez mais como um parceiro estratégico, confiável e seguro para a China”, disse Ruas.
Também a maior importadora de gergelim do mundo, com participação de 36,2% nas importações globais do produto, a China desembolsou 1,53 bilhão de dólares em 2023 na compra deste produto.
Já o Brasil ocupa a sétima colocação nas exportações, representando 5,31% do comércio mundial de gergelim, segundo dados do ministério.
Em uvas frescas, o produto brasileiro chega aos consumidores chineses com registro de 2% no comércio mundial desta fruta, disse a nota do ministério.
“A China é um grande consumidor de uvas premium e importou mais de 480 milhões de dólares deste produto no ano passado”, afirmou o ministério, citando o potencial.
(Por Roberto Samora)
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MAPA: Agro brasileiro conquista quatro novos mercados na China
Principal parceiro comercial do Brasil, a China abriu quatro mercados para produtos da agropecuária brasileira em acordos firmados por ocasião do encontro bilateral entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping nesta quarta-feira (20), em Brasília. Com isso, o Brasil registra a conquista de 281 mercados agropecuários desde o início de 2023.
São quatro protocolos firmados entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e a Administração Geral de Aduana da China (GACC) que estabelecem os requisitos fitossanitários e sanitários para a exportação dos produtos.
Em uma pauta diversificada, que beneficia produtores de diferentes regiões do Brasil, uvas frescas, gergelim, sorgo e farinha de peixe, óleo de peixe e outras proteínas e gorduras derivadas de pescado para alimentação animal poderão ser comercializados na China.
O anúncio foi feito pelo presidente Lula em declaração à imprensa após a reunião ampliada com o presidente chinês, no Palácio do Alvorada.
“O agronegócio continua a garantir a segurança alimentar chinesa. O Brasil é, desde 2017, o maior fornecedor de alimentos da China”, ressaltou o presidente Lula.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou das cerimônias por ocasião da visita oficial e destacou a importância da retomada da boa relação diplomática entre Brasil e China, que completou 50 anos neste ano de 2024.
“O Brasil já se mostrou um país confiável na posição de maior fornecedor de alimentos e energia renovável e podemos continuar ampliando cada vez mais as parcerias, pois temos gente vocacionada, tecnologia e condições de intensificar nossa produção com sustentabilidade”, destacou o ministro Carlos Fávaro.
Considerando a demanda chinesa dos produtos frutos dos protocolos assinados ao longo de 2023 e a participação brasileira nesses mercados, o potencial comercial é de cerca de US$ 450 milhões por ano, conforme estimativa da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Mapa.
“Mas se levarmos em conta outras variantes de mercado e o potencial brasileiro, podemos comercializar muito mais, ultrapassando a cifra de US$ 500 milhões por ano. Nestes 4 produtos a China importa quase US$ 7 bilhões e o Brasil vem se consolidando cada vez mais como um parceiro estratégico, confiável e seguro para a China”, explicou o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luis Rua.
Maior importadora de gergelim do mundo, com participação de 36,2% nas importações globais do produto, a China desembolsou US$ 1,53 bilhão em 2023 na compra deste produto. Já o Brasil, que ocupou a sétima colocação nas exportações, representando 5,31% do comércio mundial, vem aumentando sua área de plantio do pulse.
Da mesma forma, o país asiático é o principal importador da farinha de pescado (US$ 2,9 bilhões em importações em 2023). O Brasil registrou participação de 0,79% das exportações mundiais no ano passado.
No sorgo, a participação brasileira é de 0,29% no mercado mundial. A China importou US$ 1,83 bilhão deste produto no ano passado, sendo a maior parte dos Estados Unidos.
Após crescimento exponencial e recorde de exportações de uvas frescas, o produto brasileiro chega aos consumidores chineses com registro de 2% no comércio mundial desta fruta. A China é um grande consumidor de uvas premium e importou mais de US$ 480 milhões deste produto no ano passado.
No caso das uvas frescas de mesa, deverão ser exportadas frutas majoritariamente dos estados de Pernambuco e da Bahia. Pomares, casas de embalagem e instalações de tratamento a frio devem cumprir boas práticas agrícolas e ser registrados no Mapa.
Já as empresas exportadoras de farinha de peixe, óleo de peixe e outras proteínas e gorduras derivadas de pescado para alimentação animal devem implementar o sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) ou sistema de gerenciamento com base nos princípios da APPCC; estabelecer e executar um sistema para garantir o recall e a rastreabilidade dos produtos; ser aprovadas pelo lado brasileiro e registradas pelo lado chinês. O registro será válido por 5 anos.
As matérias-primas devem ser provenientes de pescado (exceto mamíferos marinhos) capturados na zona marítima doméstica ou em mar aberto e da criação de pescado em cativeiro, ou de subprodutos de pescado provenientes de estabelecimentos que manuseiam pescado para consumo humano.
Fonte: noticiasagricolas