Nesta sexta-feira (16), uma disputa diplomática entre Israel e Chile se intensificou depois que o presidente chileno, Gabriel Boric, adiou a aceitação das credenciais do novo embaixador israelense em Santiago pelo assassinato de um adolescente palestino na Cisjordânia ocupada, segundo a Reuters.
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores israelense convocou o embaixador chileno no país, Jorge Carvajal, para o que chamou de “repreensão” em uma reunião onde disse “a resposta de Israel será dada claramente“.
De acordo com a mídia, o impasse diplomático começou na ontem (15) quando quando a ministra chilena das Relações Exteriores, Antonia Urrejola, informou ao recém-nomeado embaixador israelense, Gil Artzyeli, que Boric estava adiando uma reunião para aceitar suas credenciais até outubro.
“Isso aconteceu porque hoje [15] é um dia sensível por causa da morte de um menor”, disse um porta-voz da chancelaria chilena em uma mensagem de texto referindo-se à morte do menino palestino de 17 anos.
Israel respondeu ao posicionamento do Chile e rotulou o ocorrido de “comportamento intrigante e sem precedentes“, acrescentando em sua declaração: “Isso prejudica seriamente as relações entre os dois países”.
Também ontem (15), Artzyeli procurou aliviar as tensões após o que ele disse ser uma reunião “extensa” na qual as autoridades chilenas pediram desculpas repetidamente.
“Sendo israelense e judeu, meu povo viu coisas piores nos últimos 4.000 anos. Vamos superar este incidente para o bem do Chile, o bem de Israel e nossas relações bilaterais”, disse o diplomata a repórteres em Santiago.
Separadamente hoje (16), o movimento de Boric atraiu elogios da Autoridade Palestina, bem como do movimento islâmico Hamas em Gaza, segundo a Reuters.
O Ministério da Saúde da Palestina disse que as forças israelenses mataram o adolescente na quinta-feira (15) durante confrontos, o mais recente de uma série de incidentes mortais que alimentaram temores de uma escalada.