THIAGO AMÂNCIO
WASHINGTON, EUA – Na véspera do primeiro turno da eleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu uma série de apoios de líderes expressivos da direita mundial.
O mais importante para a ala bolsonarista ligada a políticos de outros países, capitaneada pelo filho Eduardo Bolsonaro, é o apoio de Donald Trump Jr. Em vídeo de 13 segundos, o filho do ex-presidente republicano dos Estados Unidos afirma que “o presidente Bolsonaro, o presidente de vocês, é um grande amigo dos Estados Unidos e a única pessoa que pode parar a disseminação do socialismo e comunismo na América do Sul.”
O ex-presidente Donald Trump já havia manifestado apoio a Bolsonaro no começo de setembro em uma publicação em rede social. “O presidente Jair Bolsonaro ama o Brasil acima de todas as coisas. Ele é um homem maravilhoso e tem meu apoio total e completo”, escreveu na ocasião.
Além da família Trump, Bolsonaro recebeu neste sábado (1º) o apoio do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, um dos principais líderes da ultradireita populista global. “Tenho servido meu país na Europa por mais de 30 anos, já encontrei muitos líderes, mas poucos tão excepcionais quanto o presidente Jair Bolsonaro”, afirma ele, ao exaltar redução de impostos e queda em índices de criminalidade. “É um presidente que, apesar do globalismo progressista liberal, foi corajoso para colocar o Brasil em primeiro”, disse o chefe do governo húngaro.
Outro apoio recebido foi o do deputado argentino Javier Milei, principal expoente da direita libertária do país vizinho. “Este domingo, 2 de outubro, o Brasil põe em jogo sua liberdade. É por isso que apoio fortemente Jair Bolsonaro contra a esquerda radical”, disse.
Também se manifestou neste sábado o deputado português André Ventura, líder do partido de ultradireita Chega. “Aqui em Portugal nós não temos dúvida. Jair Bolsonaro é o presidente que os brasileiros precisam, é a escolha certa neste momento”, disse. “O regresso de Lula da Silva ao poder é uma tragédia para os brasileiros, é uma tragédia para América Latina e é uma tragédia para o mundo que fala português.”
Ainda na lista de líderes globais da ultradireita, Bolsonaro recebeu apoio do chileno José Antonio Kast, que perdeu a disputa pela presidência do seu país para Gabriel Boric, a quem Bolsonaro critica abertamente. “Neste domingo, o Brasil joga pela liberdade. Tem sido anos de maior progresso e segurança. Do Chile, desejamos todo o êxito para o presidente Jair Bolsonaro para que derrote mais uma vez a esquerda radical”, disse Kast no vídeo.
Santiago Abascal, deputado espanhol e líder do ultradireitista Vox, afirmou em vídeo que Bolsonaro “é a alternativa dos patriotas, dos que querem nações prósperas, livres e soberanas frente ao comunismo e frente ao globalismo.”
A ofensiva global de Bolsonaro na véspera da eleição ocorre depois que uma série de lideranças de esquerda se movimentaram contra Bolsonaro nas últimas semanas.
Na quinta (29), o ex-presidente da França François Hollande e o ex-primeiro-ministro espanhol José Luis Zapatero, junto de uma série de ex-dirigentes europeus, divulgaram manifesto em apoio ao ex-presidente Lula. “Quando a democracia está em perigo, é preciso juntar os divergentes para vencer os antagônicos. É por isso que nós, ex-chefes de Estado e de Governo de diversas tendências políticas, apoiamos a candidatura do ex-presidente Lula à Presidência da República”, diz o texto.
Outro gesto forte veio do Senado americano, que aprovou na quarta-feira (28) uma moção pedindo a revisão de relações entre Brasil e Estados Unidos em caso de ruptura democrática. “Em um momento em que a democracia está sob ataque no Brasil, nos Estados Unidos e em países ao redor do mundo, todos nós temos a responsabilidade de defender o direito fundamental das pessoas de ter voz em seu governo, sem medo de represálias ou retaliação política”, disse o senador Tim Kaine na ocasião. “É importante que o povo brasileiro saiba que estamos do lado deles, do lado da democracia”, disse o senador Bernie Sanders.
No mesmo dia, 51 membros do Parlamento Europeu entregaram uma carta à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e ao chefe da política externa do bloco, Josep Borell, pedindo que a União Europeia monitore o pleito e apoie as instituições democráticas do país. “Os ataques às instituições democráticas e as ameaças para não reconhecer o resultado das eleições, caso o presidente [Jair] Bolsonaro seja derrotado, são extremamente preocupantes”, diz o documento.