Bolsonaro pendura no Palácio da Alvorada bandeira nacional adotada por campanha


Bolsonaro pendura no Palácio da Alvorada bandeira nacional adotada por campanha

Após estender uma enorme bandeira do Brasil na fachada do Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, repetiu o ato com outra bandeira de grandes dimensões, pendurada no Palácio da Alvorada, sua residência oficial. A bandeira nacional foi adotada como símbolo de campanha por Bolsonaro, seu partido e apoiadores.

Inicialmente, o presidente havia dito que ordenaria a instalação apenas no Alvorada. Mas o pavilhão foi instalado primeiro no Planalto, sede da Presidência da República, na sexta-feira à noite. Neste sábado, dia 15, também à noite, funcionários do Alvorada afixaram a bandeira na marquise do palácio residencial, cobrindo parte da fachada, assim como ocorreu no Planalto. Os dois edifícios são tombados e não podem ser descaracterizados.

A Presidência da República não se manifestou sobre o motivo da instalação das bandeiras, tampouco deu detalhes sobre a autorização para que fossem penduradas e por quanto tempo permanecerão. Tanto o Palácio do Planalto quanto o da Alvorada, assim como outros edifícios da administração federal, são tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Desde 1987, o conjunto arquitetônico e urbanístico de Brasília, que inclui os palácios, é considerado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).

As normas legais vigentes impedem alterações nas características palácios. O objetivo é preservar a memória nacional. Mesmo para intervenções temporárias, como a instalações de equipamentos publicitários, o Iphan exige autorização prévia. A autarquia pede o envio de detalhes como a local de instalação, dimensões e descrição do material. Faixas e banners colocados nas fachadas com o objetivo de fazer propaganda se enquadram como “equipamento publicitário”. São intervenções alterações no aspecto físico, nas condições de visibilidade e de ambiência. Questionado, o órgão não respondeu sobre aval ao ato de campanha do presidente.

Nesta última sexta-feira, Bolsonaro fez menção à instalação da bandeira durante uma entrevista com apoiadoras em Minas Gerais. Na ocasião, disse que ninguém mandaria retirar a bandeira e afirmou se tratar de um símbolo nacional. Segundo o presidente trata-se de uma bandeira antiga, que ficava hasteada na Praça dos Três Poderes, e foi substituída.

“Hoje (sexta-feira, 14) pedi que aquele bandeirão que existe lá, mandei pegar uma usada, enorme, não sei quantos metros tem aquilo, e mandei colocar lá no Alvorada, que é a minha casa. Acho que ninguém vai ter coragem de dizer ‘retira daí que eu vou te dar uma multa de não sei quantos (reais) por dia. É a nossa bandeira do Brasil”, afirmou Bolsonaro, em tom desafiador.

Em 2004, no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-primeira-dama Marisa Letícia mandou criar novos canteiros em forma de uma estrela com flores vermelhas no jardim do Palácio da Alvorada, remetendo ao símbolo do PT. Na ocasião, a assessoria da Presidência informou que o canteiro havia sido uma iniciativa “dos próprios jardineiros” contratados pelo governo do Distrito Federal. O então porta-voz do governo de Brasília, Paulo Fona, no entanto, negou esta versão e declarou que “a Novacap (empresa responsável pela administração da capital) só fazia o que determinava a primeira-dama”.

Durante o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, militantes de movimentos estudantis e sociais ligados ao PT e partidos de esquerda instalaram uma série de bandeiras, faixas e cartazes nas vidraças do Planalto, em protesto contra o processo. Os materiais, porém, foram afixados por dentro das janelas, durante uma “ocupação” que ameaçavam fazer.


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