O governo da Bolívia denunciou o bloqueio de Israel à entrada de 90 toneladas de ajuda humanitária enviada pelo país à Faixa de Gaza. A informação foi dada em coletiva concedida nesta quinta-feira (9) pela chanceler da Bolívia, Celinda Sosa, acompanhada do embaixador da Palestina na Bolívia, Mahmoud Elalwani, em La Paz.
“Não posso deixar de denunciar o bloqueio sistemático que Israel tem levado a cabo para impedir a realização de ações humanitárias em Gaza […]. Impedir que a ajuda humanitária chegue ao povo palestino é uma violação muito grave dos direitos humanos e irá agravar a situação da população na zona de conflito”, ressaltou a chanceler.
Sosa acrescentou que o carregamento enviado pela Bolívia ainda se encontra na fronteira de Rafah, “retido pelas potências ocupantes”, às quais a autoridade boliviana apelou pela concessão de entrada.
“Noventa toneladas de ajuda humanitária enviadas pela Bolívia foram entregues aos representantes do Crescente Vermelho [ramificação da Cruz Vermelha que atua em países muçulmanos] do Egito, que são destinatários oficiais do governo da Palestina para receber as doações”, informou.
Sosa exortou os países de todo o mundo a não permanecerem indiferentes ao que descreveu como um “genocídio cruel” em curso na Faixa de Gaza.
A Bolívia apoia a Palestina como membro pleno da Organização das Nações Unidas (ONU), conforme proposto pela Espanha.
Por sua vez, Mahmoud Elalwani destacou que a Bolívia foi o primeiro país a romper relações diplomáticas com Israel, após a retaliação de Tel Aviv ao ataque do Hamas, em 7 de outubro de 2023.
“O povo palestino apreciará esse gesto do irmão Luis Arce, por tomar decisões de vanguarda perante o mundo inteiro. A Bolívia foi o primeiro país a romper relações com Israel, o primeiro país a enviar ajuda humanitária e o primeiro país a denunciar esse genocídio em fóruns internacionais”, disse o embaixador palestino em La Paz.
Em 7 de outubro de 2023, Israel sofreu um ataque do Hamas contra o sul do país, quando cerca de 1,1 mil pessoas morreram e mais de 200 foram capturadas pelo grupo. Em resposta, o governo israelense declarou guerra ao grupo e iniciou as operações militares na Faixa de Gaza.
Até o momento, mais de 34,7 mil pessoas foram mortas por ataques israelenses na Faixa de Gaza, segundo as autoridades locais. Ainda há 100 reféns mantidos sob o poder do Hamas na região.
A Rússia e outros países instam Israel e o Hamas a concordarem com um cessar-fogo e a defenderem uma solução de dois Estados, aprovada pela ONU em 1947, como a única forma possível de alcançar uma paz duradoura na região.
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Fonte: sputniknewsbrasil