Blindagem de carro elétrico: saiba como é feita e quanto custa


Os carros elétricos estão cada vez mais frequentes em nossas ruas. O BYD Dolphin Mini, que já vende mais que o Toyota Corolla no Brasil, não nos deixa mentir. Mas ainda surgem muitas dúvidas quanto à blindagem destes modelos.

Afinal, o peso extra afeta a autonomia do carro elétrico? Estes veículos são, de alguma forma, mais vulneráveis? O valor do serviço é mais caro? Autoesporte consultou especialistas da área para entender mais sobre o assunto e responder essas perguntas.

A blindagem inevitavelmente aumenta o peso de qualquer veículo. Por isso, empresas do ramo optam por materiais cada vez mais leves, como mantas de aramida, polietileno de alta performance e outras fibras sintéticas. Isso é o que dizem os especialistas Mário Brandizzi Neto, sócio-proprietário da BSS Serviços de Blindagem, e Nelson Fernando da Silva, consultor pós-graduado em Engenharia de Veículos Elétricos.

Ainda assim, blindar um carro vai aumentar, em média, 150 kg do seu peso total. Este número pode ser maior dependendo do tamanho da carroceria e de equipamentos que adicionam peso, como teto-solar panorâmico, por exemplo.

“Há algumas décadas, com o uso de materiais pesados (como o aço), a blindagem poderia adicionar até 500 kg ao carro. Após a adoção da manta de aramida, é como dirigir com duas pessoas a mais na cabine o tempo todo”, lembra Mário Brandizzi.

Desta forma, o consultor Nelson Fernando diz que a blindagem compromete em torno de 10% da autonomia de um carro elétrico. Como exemplo, o proprietário de um Dolphin Mini com reforço estrutural verá seu alcance cair dos 280 km anunciados pelo Inmetro para 252 km, aproximadamente.

Nem toda oficina está qualificada a trabalhar com carros elétricos. Isso porque o sistema exige cuidados especiais para garantir a segurança dos funcionários. Este é o motivo para a blindagem dos modelos eletrificados levar até 50 dias para ficar pronta — o dobro do tempo de um veículo comum.

“Quando o carro chega à oficina, o nível de carga das baterias é monitorado. Depois, vem o processo de desenergização dos módulos. Sempre aconselhamos que dois funcionários façam essa etapa, por segurança”, ressalta Nelson Fernando.

Além da qualificação dos funcionários, as blindadoras também precisam de uma preparação estrutural. As oficinas têm pisos com tintas que descarregam a eletricidade estática acumulada no corpo. As ferramentas são isoladas para resistirem a até 1.000 volts de descarga. Por fim, para mover os veículos sem ter de energizá-los, as empresas utilizam estruturas que parecem patins.

“É preciso ter facilidade de deslocamento em situações de emergência. Se a bateria de lítio de um elétrico colapsar e pegar fogo, não há como apagar. Deve-se levá-lo a um local seguro e cobri-lo para abafar as chamas até a chegada dos bombeiros”, explica.

Sim, justamente por conta das especificidades e protocolos de segurança. A blindagem mais barata em São Paulo (SP) custa a partir de R$ 90 mil para um carro popular. No caso de um modelo elétrico, o valor mínimo pode chegar a R$ 140 mil.

Vale lembrar que o Brasil tem a maior frota de carros blindados do mundo. Mais de 30 mil veículos receberam reforços estruturais em 2023, segundo a Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin). O resultado representou um avanço de 13% em comparação com o ano anterior, mostrando que a procura pelo serviço também aumentou.

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Fonte: direitonews

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