BlackRock recomenda cautela ao Copom, ao definir corte da Selic


“Cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém”. O ditado secular se aplica perfeitamente ao cenário atual da economia tupiniquim, ante à expectativa crescente que cerca o corte da taxa básica de juros (Selic) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), na próxima quarta-feira (2), que poderá variar de 0,25 ponto percentual a meio ponto percentual, se depender das ‘apostas’ preferenciais do mercado.

Dentro desse contexto, o estrategista-chefe da BlackRock (maior gestora de recursos do planeta) para a América Latina, Axel Christensen, manifestou a expectativa de que o colegiado da autoridade monetária deverá agir ‘cautelosamente’ para cortar a Selic (desde agosto do ano passado mantida em 13,75% ao ano), ao justificar que os juros exercem papel-chave para manter baixas as taxas inflacionárias, mas também cumprem a função de fazer com que continuem ‘atraentes’ os títulos brasileiros.

“Mesmo em um cenário de juros reduzidos, achamos que bancos centrais como o do Brasil, do México ou do Chile serão muitíssimo cautelosos, porque entendem que a taxa de juros é chave para manter a inflação baixa”.

Embora admita que a dívida brasileira continue sendo uma de suas “preferências”, a BlackRock observa que o mercado nacional vem passando por mudanças que obrigam o investidor a ter ‘um olhar mais específico’, “analisando a situação de cada país emergente, caso a caso”. Além dessas premissas, o momento requer atenção em relação às grandes alterações estruturais que estão ocorrendo, como a adoção da inteligência artificial e a fragmentação do mundo.

Segundo Christensen, nesse momento, os mercados emergentes, incluindo o Brasil, estão hoje melhor preparados, uma vez que seus bancos centrais entenderam a questão da inflação, em maior profundidade que seus pares desenvolvidos. Tanto isso é verdade que os bcs dos emergentes começaram a aumentar a taxa de juros antes das autoridades monetárias dos desenvolvidos, com um ano de antecedência.

Entre os emergentes, na visão da BlackRock, o Brasil é um dos mercados mais interessantes para o investidor, seja pelo crescimento de sua população, como também, pela ‘transição energética, por possuírem ‘materiais-chave’ para a mobilidade elétrica. Por fim, na análise do investidor, além questões políticas, a análise da gestora leva em conta aspectos básicos, como situação fiscal, nível de juros e inflação.

Fonte: capitalist

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