(FOLHAPRESS) – Utilizados há mais de uma década para firmar a pele e promover um efeito lifting no rosto e no pescoço, os bioestimuladores de colágeno começam a ser injetados em pontos estratégicos do corpo para reduzir a flacidez. Empinar o bumbum e enrijecer áreas como barriga e coxas são algumas das promessas.
As substâncias têm diferentes nomes comerciais e são derivadas de componentes como ácido polilático (Sculptra) e hidroxiapatita de cálcio (Radiesse).
“Os bioestimuladores atuam na derme, e não no músculo. Eles tornam mais firme aquela pele que continua flácida mesmo com muita musculação, mas não substituem os exercícios físicos”, afirma Herbeth Sobral, dermatologista da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia) que atende na Clínica Mais, em São Paulo.
O colágeno é uma proteína produzida naturalmente pelo corpo humano. Entre suas funções estão a sustentação e a firmeza da pele. Como a produção diminui a partir dos 25 anos, os tecidos vão se tornando mais flácidos.
Para frear essa ação, os médicos utilizam bioestimuladores em regiões que evidenciam a ação do tempo: no abdômen, para corrigir o chamado “umbigo triste”; na parte interna das coxas e dos braços; e no dorso das mãos, onde a pele é muito fina e enruga mais rapidamente.
Nas nádegas, os bioestimuladores funcionam como curinga. Dependendo da técnica empregada, o tratamento pode dar projeção, volume e até melhorar o aspecto da celulite -além de diminuir a flacidez da pele.
“Nós aplicamos a substância em pontos específicos, onde a produção de colágeno será maior. Isso cria vetores de força na pele e, assim, conseguimos o resultado desejado”, diz Sobral.
Uma das pacientes mais famosas de Sobral e adepta do procedimento é a cantora Anitta, 29.
“Ela emagreceu bastante, isso gerou um pouco de flacidez, que foi tratada com bioestimulador de colágeno. Também conseguimos dar uma empinada e melhorar a celulite”, conta.
Além de bioestimulador, Anitta também usou ácido hialurônico para corrigir depressões nas laterais do quadril -conhecidas no inglês como “hip dips”, ou “mergulhos do quadril”, em tradução literal.
Outra celebridade que faz tratamento corporal com bioestimulador de colágeno é a apresentadora Sabrina Sato, 41.
O objetivo dela, que tem pouca flacidez, era desacelerar o processo de envelhecimento, dar projeção e um leve volume no bumbum, diz o dermatologista Alberto Cordeiro, que cuida de Sabrina há 4 anos.
“Para conseguir esse efeito, a gente optou por usar uma concentração um pouco maior de produto e uma marcação que favorecesse o empinamento”, relata.
À reportagem, Sabrina diz que começou a fazer o procedimento após o nascimento da filha Zoe, de 3 anos.
“Depois do fim da minha gestação, eu ia desfilar como rainha de escola de samba e, então, o doutor Alberto indicou o bioestimulador de colágeno para deixar a pele mais firme, dar um aspecto de ‘cola’ na barriga. Depois disso, já usei na mão, no pescoço Eu brinco que tomo banho de Sculptra.”
Cordeiro aponta que os resultados ficam evidentes um mês após a aplicação -é preciso esperar um tempo para o produto sintetizar o colágeno- e duram até dois anos.
“A bioestimulação gera um pico de produção de colágeno e depois começa a cair. Para manter o resultado, eu proponho que a manutenção seja feita a cada um ano ou um ano e meio, mas isso vai depender da avaliação médica e de cada paciente”, afirma.
O dermatologista conta que atletas de alta performance e pessoas que fizeram cirurgia bariátrica são pacientes que costumam se beneficiar do tratamento.
“No caso daqueles que fizeram bariátrica, perderam muito peso e ficaram com muita pele sobrando, às vezes é necessário passar por uma cirurgia plástica antes para remover o excesso de pele”, pontua. “Mas depois, ou mesmo durante a cirurgia, é recomendado aplicar o bioestimulador para os tecidos ficarem mais firmes.”
Já atletas com pouca gordura corporal, podem ter um aspecto de pele flácida. “Com os bioestimuldadores, conseguimos devolver a firmeza a essa pele. Quando precisamos de mais volume, podemos associar o tratamento a preenchimentos de ácido hialurônico.”