Bem-vindo ao século XXI: drones russos de US$ 500 destroem os caros tanques Abrams, diz mídia


De acordo com declarações de um alto funcionário dos EUA citadas pelo The New York Times (NYT), só nos últimos dois meses, as forças russas destruíram cinco dos 31 tanques M1 Abrams fabricados nos EUA que o Pentágono enviou para a Ucrânia no outono europeu passado.
Pelo menos três outros sofreram danos moderados desde que os tanques foram enviados para o front no início deste ano, disse ao NYT o coronel Markus Reisner, historiador e ex-oficial de reconhecimento blindado que supervisiona o treinamento das forças austríacas na Academia Militar Teresiana, que acompanha de perto como as armas estão sendo usadas na Ucrânia.
De acordo com a análise, que cita dados do Oryx — site de análise militar que contabiliza perdas com base em evidências visuais, 796 tanques ucranianos foram destruídos, capturados ou abandonados desde o início da operação militar especial, em fevereiro de 2022.
Cerca de 140 veículos de combate eliminados foram entregues à Ucrânia por Estados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), notou o jornal.
Em 20 de março, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, informou que até agora, só neste ano, as forças russas destruíram quatro tanques Abrams norte-americanos, cinco tanques Leopard alemães, 27 veículos Bradley norte-americanos, seis lançadores múltiplos de foguetes Himars e 11 baterias de mísseis norte-americanos, incluindo cinco Patriot.
Tanque russo T-72B3 - Sputnik Brasil, 1920, 04.04.2024

O Abrams é amplamente considerado um dos tanques mais poderosos do mundo.

O fato de ser mais fácil abatê-lo pela explosão de drones do que algumas autoridades e especialistas inicialmente presumiram mostra “outra forma como o conflito na Ucrânia está remodelando a própria natureza da guerra moderna”, disse Can Kasapoglu, analista de defesa no Instituto Hudson em Washington, ao NYT.

Segundo a análise da mídia, apesar de sua potência, os tanques não são impenetráveis, e são mais vulneráveis onde sua blindagem pesada é mais fina, ou seja, “no topo, o bloco do motor traseiro e o espaço entre o casco e a torre“.
Durante anos, foram atacados principalmente com minas terrestres, dispositivos explosivos improvisados, granadas lançadas por foguetes e mísseis guiados antitanque, tais como sistemas portáteis “atira e foge”. Estes últimos foram amplamente utilizados no início do conflito ucraniano porque podiam atacar tanques de cima e atingi-los em até 90% das vezes.
No entanto, diz o jornal, os drones que agora são usados contra tanques na Ucrânia são ainda mais precisos.
Conhecidos como drones de visão em primeira pessoa (FPV, na sigla em inglês), eles são equipados com uma câmera que transmite imagens em tempo real ao seu controlador, que pode direcioná-los para atacar tanques em seus pontos mais vulneráveis. Em vários casos, FPVs foram enviados para “acabar” com tanques que já haviam sido danificados por minas ou mísseis antitanque, de modo que não pudessem ser recuperados do campo de batalha e reparados, disse Reisner ao canal.
“Dependendo do seu tamanho e sofisticação tecnológica, os drones podem custar apenas US$ 500 [R$ 2.603,85], um investimento insignificante para destruir um tanque Abrams de US$ 10 milhões [cerca de R$ 52 milhões]. E alguns deles podem transportar munições para aumentar o impacto da sua explosão. […] bem-vindo ao século XXI — é realmente incrível”, disse Reisner.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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