O Ocidente coletivo tem a culpa pelo conflito na Ucrânia, disse Vladimir Makei, ministro das Relações Exteriores de Belarus, em discurso na 77ª sessão da Assembleia Geral da ONU.
“A participação da OTAN nas guerras ilegítimas contra a Iugoslávia, Iraque, Líbia e Síria, bem como as tentativas da aliança de entrar em terras historicamente eslavas orientais e adjacentes, predeterminaram para um Versalhes 2.0 o destino do primeiro Versalhes”, afirmou ele, em referência ao controverso tratado de paz de 1919, após a Primeira Guerra Mundial, assinado entre os vitoriosos países da Entente e a Alemanha. Ele é considerado por muitos historiadores como base para a Segunda Guerra Mundial.
“Por isso, a culpa pelo derramamento de sangue em curso na Ucrânia deve ser totalmente assumida pelo Ocidente coletivo“, sublinhou Makey.
Segundo o chanceler belarusso, o Ocidente tornou o conflito inevitável por sua política de alargamento da OTAN e por recusar considerar as propostas de seus oponentes. Para ele, o objetivo não é tornar a Ucrânia um Estado-membro da OTAN ou da União Europeia, mas a usar como instrumento contra a Rússia.
“Hoje a Ucrânia está pagando com sangue por seus políticos terem acreditado nesse engano e esquecido a irmandade histórica das três nações eslavas orientais: os belarussos, os russos e os ucranianos”, disse Makei.
“Não podemos nos comportar de outra forma. O conflito ocorre à nossa porta, e estamos muito tristes de ver como a nação fraterna ucraniana se tornou prisioneira dos jogos geopolíticos do Ocidente coletivo“, disse ele.
Além disso, apontou, Minsk tem se empenhado muito desde 2014 para estabelecer a paz na Ucrânia.
“Estamos convencidos de que, tanto o cessar-fogo quanto a resolução pacífica estratégica abrangente da situação em torno da Ucrânia no amplo contexto da segurança regional e global, só podem ser alcançados à mesa de negociações. Não há alternativa às negociações. Caso contrário, todos nós teremos um novo, um terceiro Versalhes”, expressou Vladimir Makei.