Rico em cafeína, o café é uma das bebidas mais populares do mundo. Para entender um pouco mais sobre os impactos do psicoestimulante em doenças cardiovasculares, cientistas da Universidade de Melbourne, na Austrália, realizaram um estudo de longo prazo com dados de participantes do Reino Unido.
Os pesquisadores sugerem que beber de duas a três xícaras de café por dia pode proteger contra doenças cardiovasculares, como insuficiência cardíaca e Acidente Vascular Cerebral (AVC). Além disso, os indivíduos que consumiam a bebida habitualmente tinham menor risco de morte precoce.
O estudo, publicado na última terça-feira (27/9), utilizou dados do projeto UK Biobank e analisou respostas de 450 mil questionários respondidos por adultos de 40 a 69 anos de idade entre 2006 e 2010. As perguntas eram sobre o estilo de vida dos voluntários, e poderiam revelar fatores de risco para doenças cardíacas.
Os participantes não tinham arritmia e outras doenças cardiovasculares no começo do estudo. Eles foram divididos em quatro grupos: aqueles que gostam de café moído com cafeína, os que preferem a bebida descafeinada, os que bebem café instantâneo com cafeína e os indivíduos que não tomam café.
O estudo estava focado nos benefícios para a saúde do café preto. Logo, não leva em conta os açúcares extras, leite, cremes e aditivos processados que muitas pessoas usam na bebida. Após 12 anos e meio de acompanhamento, os pesquisadores passaram a analisar os registros médicos e de óbitos em busca de casos de arritmia, doenças cardiovasculares, AVC e morte.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), doenças cardiovasculares são algumas das principais causas de mortes no Brasil. Segundo a instituição, a maioria dos óbitos poderiam ser evitados ou postergados com cuidados preventivos e medidas terapêuticasPeter Dazeley/ Getty Images

Para a SBC, a prevenção e o tratamento adequado dos fatores de risco e das doenças do coração podem ser o suficientes para reverter quadros graves. Para isso, é necessário saber identificar os principais sintomas de problemas cardiovasculares e tratá-los, caso apresente algum delesbymuratdeniz/ Getty Images

Dentre as doenças cardiovasculares que mais fazem vítimas fatais, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) se destaca. Ele é causado devido à presença de placas de gordura que entopem os vasos sanguíneos cerebrais. Entre os sintomas estão: dificuldade para falar, tontura, dificuldade para engolir, fraqueza de um lado do corpo, entre outrosKATERYNA KON/SCIENCE PHOTO LIBRARY/ Getty Images

A arteriosclerose é uma doença provocada pelo endurecimento das artérias que levam oxigênio e nutrientes do coração para o corpo. A condição prejudica o fluxo sanguíneo e faz com que o paciente sinta fraqueza, fadiga e dores no peito. Além de estar relacionada com o processo de envelhecimento, a doença pode ser causada por colesterol alto, genética, diabetes e hipertensãokatleho Seisa/ Getty Images

A cardiomiopatia é outra grave doença que acomete o coração. A enfermidade, que deixa o músculo cardíaco inflamado e inchado, pode enfraquecer o coração a ponto de ser necessário realizar transplante. Entre os sintomas da doença estão: fraqueza frequente, inchaços e fadigaSolStock/ Getty Images

O infarto do miocárdio acontece quando o fluxo sanguíneo no músculo miocárdio é interrompido por longo período. A ausência do sangue na região pode causar sérios problemas e até a morte do tecido. Obesidade, cigarro, colesterol alto e tendência genética podem causar a doença. Entre os sintomas estão: dor no peito que dura 20 minutos, formigamento no braço, queimação no peito, etc.KATERYNA KON/SCIENCE PHOTO LIBRARY/ Getty Images

Uma das doenças do coração mais comuns, e grave é a insuficiência cardíaca. Ela é caracterizada pela incapacidade do coração de bombear o sangue para o organismo. A enfermidade provoca fadiga, dificuldade para respirar, fraqueza, etc. Entre as principais causas da enfermidade estão: infecções, diabetes, hábitos não saudáveis, etc.bymuratdeniz/ Getty Images

A doença arterial periférica, assim como a maioria das doenças do coração, é provocada pela formação de placas de gordura e outras substâncias nas artérias que levam o sangue para membros inferiores do corpo, como pés e pernas. Colesterol alto e tabagismo contribuem para o problema. Entre os sintomas estão: feridas que não cicatrizam, disfunção erétil e inchaços no corpomanusapon kasosod/ Getty Images

Causada por bactérias, fungos ou vírus de outras partes do corpo que migram para o coração e infeccionam o endocárdio, a endocardite é uma doença que pode causar calafrios, febre e fadigas. O tratamento da doença dependerá do quadro do paciente e, algumas vezes, a cirurgia pode ser indicadaFG Trade/ Getty Images

Causada devido à inflamação de outros músculos cárdicos, a miocardite pode causar enfraquecimento do coração, frequência cardíaca anormal e morte súbita. Dores no peito, falta de ar e batimentos cardíacos anormais são alguns dos principais sintomasPeter Dazeley/ Getty Images

Além dos sintomas comuns de cada uma das doenças cardiovasculares, cansaço excessivo sem motivo aparente, enjoo ou perda do apetite, dificuldade em respirar, inchaços, calafrio, tonturas, desmaio, taquicardia e tosse persistente podem ser sinais de problemas no coraçãoPeter Dazeley/ Getty Images

Segundo a cartilha de Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), apesar de alguns casos específicos, é possível prevenir problemas no coração mantendo bons hábitos alimentares, praticando exercícios físicos e cuidando da menteandresr/ Getty Images
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Conclusões
De acordo com o levantamento, beber uma dose diária de duas a três xícaras de café foi associado a uma redução de doenças cardíacas em comparação com pessoas que não consumiam a bebida. Um achado definido como surpreendente pelos cientistas é que o composto descafeinado também reduziu o risco de morte por qualquer causa.
Segundo os pesquisadores, a descoberta sugere que os benefícios do café não estão relacionados somente à cafeína, uma vez que a bebida tem outros 100 componentes. No entanto, o consumo da opção descafeinada não teve uma relação tão robusta com a redução de doenças do coração. Enquanto os outros compostos diminuíram em 20% o risco, o sem cafeína reduziu em apenas 9%.
A pesquisa, por ser somente observacional, não tem como provar com exatidão a causa e o efeito do ato de beber café. Por isso, os cientistas reconhecem a necessidade de estudos futuros para comprovar as descobertas.
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