Como reflexo do avanço da economia no primeiro trimestre (1,9%), o Banco Central (BC) elevou, de 1,2% para 2%, sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2023, conforme consta do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nesta quinta-feira (29).
Tal desempenho positivo teve como ‘carro-chefe’ a expansão do setor agropecuário, cuja estimativa saltou de 7% para 10%, enquanto a indústria deverá crescer 0,7% e não mais 0,3%, como a princípio, e os serviços, que subiram de 1% para 1,6%.
No que toca aos componentes da demanda, o RTI reviu, de 1,5% para 1,6%, a expectativa de avanço no consumo das famílias, e elevou, de 0,7% para 10%, a projeção de alta do consumo do governo.
No caso da inflação, o relatório da autoridade monetária projetou um recuo de 5,8% para 5,0%, mas manteve a previsão de 3,4%, para 2024, e de 3,1 para o ano seguinte. Entre os fatores que determinaram a redução da inflação, o RTI apontou a recente apreciação cambial; a queda no preço do petróleo e a utilização de bandeira de energia elétrica verde para o final de 2023 em vez de amarela.
Indicador de investimento produtivo do país, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) passou de zero, na edição de março do RTI de março, para um recuo de 1,8%, agora.
No que se refere ao balanço de pagamentos, a autoridade monetária ampliou, de US$ 32 bilhões para US$ 45 bilhões o déficit de transações correntes para este ano, ao passo que manteve em US$ 75 bilhões a expectativa anterior sobre o Investimento Direto no País (IDP). Com relação ao saldo líquido de investimento de estrangeiros em carteira – que inclui ações e títulos de renda fixa – a expectativa do BC é de que o déficit anterior, de US$ 5 bilhões, chegue a zero.
“O aumento do déficit [das transações correntes] projetado decorre, principalmente, da redução do saldo comercial, de R$ 62 bilhões para R$ 54 bilhões, com redução do valor das exportações e aumento do valor das importações”, destacou o RTI.
Fonte: capitalist