Barroso sobre STF: “Estamos sempre desagradando setores poderosos da vida nacional”


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Via @estadao | O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, disse que, pela forma como a Constituição é feita, a Corte sempre estará desagradando alguém.

Segundo o ministro, o texto tira assuntos da política e os leva ao Judiciário.

“Um tribunal como o Supremo, nas circunstâncias brasileiras, vai sempre estar desagradando uma quantidade relevante de pessoas. Porque o arranjo institucional brasileiro dá um certo protagonismo ao Supremo e o papel dele de decidir e arbitrar as questões mais decisivas da sociedade brasileira”, disse.

“O Supremo desempenha no Brasil um papel diferenciado em relação a todas as Cortes constitucionais do mundo”

          *Luís Roberto Barroso

Segundo o presidente do STF, os constituintes trouxeram vários assuntos para o texto de 1988 e, com isso, os colocaram sob a guarda do Judiciário.

O ministro cita:

  • seguridade social,
  • tributação,
  • educação,
  • saúde,
  • orçamento,
  • finanças,
  • proteção ambiental,
  • proteção às comunidades indígenas,
  • crianças,
  • adolescentes,
  • idosos,
  • famílias,
  • papel do Estado na economia.

“É preciso que um interesse seja muito desimportante para, em algum momento, não chegar ao Supremo. A gente decide desde importação de pneu até pesquisas com células-tronco embrionárias, passando por uniões homoafetivas, mudanças climáticas, conflitos tributários, queima da palha da cana… Estamos sempre desagradando setores poderosos da vida nacional”

          *Luís Roberto Barroso

O ministro conclui que, exatamente por tratar de assuntos tão importantes, o Supremo sempre desagradará.

“Se você decide uma questão tributária a favor do contribuinte, o governo se queixa e diz que aquilo vai produzir uma quebra fiscal do país. Se você decide a favor do governo, tributaristas dizem que você é fazendário. Se você decide uma questão em favor das comunidades indígenas, a bancada ruralista diz que a gente está fazendo com que o país seja todo tomado por demarcações de terras indígenas”.

Sendo assim, Barroso conclui que, por conta desse cenário, é impossível medir a importância do STF por pesquisas de opinião pública.

Fonte: @estadao

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