Se Rubens Barrichello tinha contas a acertar com o autódromo de Interlagos, depois da bandeirada final que encerrou a temporada da Stock Car neste domingo (11), ele não tem mais. O piloto que cresceu na vizinhança do mais importante circuito do país, teve um final de semana de alegrias extremas: a vitória do sobrinho Pipe Barrichello Bartz na Fórmula 4 na sexta-feira (9), a vitória do filho Fefo Barrichello, também na F4, no sábado (10), e a conquista, por Rubens, do segundo título da Stock Car, neste domingo (11).
“Não dá pra ser melhor que isso. Hoje a gratidão que tenho no peito por estar fazendo aquilo que eu amo, e a forma como tudo aconteceu… Os meus meninos ‘aparentemente’ já sabiam. Eu não sei. A primeira vitória na Corrida do Milhão foi assim, a segunda também foi assim. E hoje quando a gente acordou eles já estavam eufóricos. Meu sobrinho e o Fefo ganharam corridas aqui, então é muita alegria e muita gratidão”, disse.
Rubens Barrichello, aos 50 anos de idade, torna-se o mais velho campeão da história da Stock Car. Ele quebra um recorde que já durava 20 anos, quando Ingo Hoffmann conquistou seu 12º e último título, em 2002, aos 49 anos, sete meses e 27 dias de idade. Rubinho levantou o troféu de campeão neste domingo aos 50 anos, seis meses e 18 dias.
googletag.cmd.push(function() { googletag.display(‘dmp-v-par-1’); });
Ele diz que já considera tatuar no braço um número “cabalístico”: 50s111. Foi o tempo de sua pole position em Goiânia, na segunda etapa. Os números representam sua idade e o número de seu Toyota Corolla. “Eu vou pensar ainda, porque aquela pole de Goiânia que eu virei 50s111 deve ficar tatuada no meu braço”. Naquela etapa, Barrichello tornou-se o segundo piloto a vencer as duas corridas da mesma etapa no mesmo dia.
O piloto da Full Time, que por vários anos manteve o recorde do maior número de largadas na Fórmula 1, diz que “acertou as contas” com Interlagos. Barrichello só tem uma vitória nesta pista em sua carreira: ainda na Fórmula 3, em 1989. Passou perto várias vezes na Fórmula 1, especialmente quando correu pela Ferrari, mas Interlagos parecia um amor não correspondido.
“Hoje eu posso ter a gratidão que Interlagos está devolvendo um grande pedaço meu. Um grande pedaço para zerarmos nossas contas. Sempre amei Interlagos e Interlagos sempre me amou, essa é a realidade. Mas sempre houve alguns pormenores, principalmente o de 2003, quando eu estava nessa condição e ver meu carro ligar porque colocaram gasolina (no GP do Brasil de 2003, Barrichello liderava com a Ferrari e a equipe errou o cálculo do combustível. Rubinho abandonou a corrida, na liderança, por pane seca. Depois da prova, os técnicos da equipe abasteceram o carro e ele ligou, confirmando a hipótese do abandono por falta de combustível). Essa foi uma que doeu, e hoje ela está sendo zerada. Eu só posso agradecer. É muita gratidão”, lembrou.
googletag.cmd.push(function() { googletag.display(‘dmp-v-par-2’); });
O piloto da Full Time teve desempenho forte nas duas provas. Terminou a primeira na terceira posição, atrás do vencedor Felipe Baptista – que conquistou sua primeira vitória na Stock Car – e de Daniel Serra. Na segunda corrida, quase tudo foi colocado a perder: Barrichello tocou no carro de Serra na segunda perna do S do Senna e rodou. Ainda foi atingido pelo carro de Rafael Suzuki, mas conseguiu voltar aos boxes e trocar um pneu para retornar à corrida. No toque com Serra, o piloto da Eurofarma-RC, também na disputa pelo título, acabou esbarrando em outro postulante à taça, Gabriel Casagrande, que ao voltar para o traçado bateu no carro do adversário. Daniel Serra abandonou a corrida com os danos, e por isso Casagrande acabou sendo excluído da prova pelos comissários desportivos.
Quando a exclusão de Casagrande foi anunciada, os boxes da Full Time explodiram em comemoração. Matías Rossi, que abandonou a primeira corrida após um acidente com Denis Navarro no pit stop, não tinha mais chances na segunda prova. Mas Barrichello continuou na disputa para terminar em 11º e fechar o ano com 330 pontos.
“Fui sendo informado o tempo todo (do abandono de Daniel Serra e da exclusão de Gabriel Casagrande) pelo rádio. Mas quando ele (Maurício Ferreira, chefe da Full Time) me contou, não senti nenhuma felicidade. Eu estava muito forte na corrida 1, cheguei muito próximo. E para a corrida 2 eu tinha a sensação de ter economizado um pouco mais de gasolina e poderia ultrapassar. Mas eu não poderia deixar de lutar em nenhum momento, e foi o que eu fiz. Hoje a minha missão cumprida foi que, apesar dos problemas, eu me dediquei a continuar na prova e inclusive até a linha de chegada, porque se eu precisasse, eu estava ali firme e forte”, comentou.
googletag.cmd.push(function() { googletag.display(‘dmp-v-par-3’); });
“Largada de Stock Car, eu aprendi depois do meu primeiro ano que é uma ‘pelada’: vai batendo de todo lado. Ali, para três, nunca dá muito certo. Mas a verdade é que eu me posicionei por fora e me assustei quando vi o (carro) amarelo vindo para cima, mas eu tinha meu espaço. Depois vi que ele tinha rodado, enfim… O dia que é para ser é para ser. Até falei para o Daniel (Serra) que eu sentia muito pela maneira como terminou, porque a gente nunca quer que seja assim”, disse.
A campanha de Barrichello na Stock Car em 2022 não começou da maneira mais positiva. Correndo com o filho Dudu na Corrida de Duplas, o #111 não completou nenhuma das duas provas da primeira etapa, mas a recuperação começou a ser construída já no segundo encontro, em Goiânia, quando ele fez a pole e venceu as duas provas disputadas no circuito oval da capital de Goiás.
No Rio de Janeiro, novo abandono, por acidente, mas no Velocitta o piloto anotou dois segundos lugares. Na etapa dupla do Velopark, um sexto, um quarto, um 14º e um 10º lugares. Na sétima, em Interlagos, um 13º e um 22º lugares, para depois ser oitavo e quinto no Velocitta.
googletag.cmd.push(function() { googletag.display(‘dmp-v-par-4’); });
Em Santa Cruz do Sul (RS), um segundo lugar e mais uma vitória, e na etapa dupla de Goiânia Barrichello pavimentou o caminho que o levou do terceiro lugar na tabela para a liderança do campeonato ao conquistar um quinto e um oitavo lugar. Em Interlagos, confirma seu segundo título com um terceiro e um 11º. Ricardo Maurício venceu pela quinta vez na temporada e fecha o ano como o maior vencedor da temporada. Nelsinho Piquet foi segundo e Cesar Ramos o terceiro. O 2022 de Barrichello teve três vitórias, quatro pódios e uma pole position.
“Tenho troféus bonitos. Mas nada, nada se compara ao dia que Interlagos devolveu tudo para mim. Sempre foi uma questão de amor, sempre foi uma luta, e eu estou aqui para deixar uma marca de amor. Nada vai pagar a forma como foi hoje: meu pai, minha mãe aqui, meus filhos, a luta… Foi até a linha de chegada. Obrigado a todos que torceram”, finalizou o campeão de 2022 da Stock Car Pro Series.
A FRAS-LE e a FREMAX são as fornecedoras oficiais de pastilhas e discos de freio da categoria, respectivamente, e trabalham em conjunto com as todas as equipes do grid para assegurar o melhor desempenho, segurança, eficiência e confiabilidade. A Fremax é a fornecedora dos discos desde 2004 e a Fras-le, desde 2016.
googletag.cmd.push(function() { googletag.display(‘dmp-v-par-5’); });