Bancos ocidentais alertam sobre riscos no plano da UE para usar ativos russos, diz mídia


De acordo com a Reuters, os líderes da UE concordaram na quinta-feira (21) em avançar com um plano para usar até € 3 bilhões (cerca de R$ 16,1 bilhões) por ano os rendimentos dos ativos russos congelados pelo Ocidente para fornecer armas à Ucrânia, enquanto tentam reforçar a luta de Kiev contra Moscou.
Entretanto, alguns bancos temem que o movimento possa mais tarde gerar uma reação da Rússia ao responsabilizá-los pela apreensão e consequente transferência financeira para a Ucrânia uma vez que o plano da UE pode acabar se estendendo a ativos em contas detidas de indivíduos e empresas, embora tal desdobramento ainda não tenha sido cogitado pelos líderes do bloco.
Segundo fontes ouvidas pela apuração, existe uma preocupação de que a proposta conduza a uma erosão mais ampla da confiança no sistema bancário ocidental.
A Rússia já caracterizou o plano da UE como absurdo, com diversos analistas e autoridades políticas corroborando sua postura ao afirmar que seria um “roubo” o uso tanto dos ativos quanto de seus rendimentos. Moscou já afirmou que tomará todas as medidas legais possíveis para responsabilizar a todos os envolvidos considerando inclusive retaliar caso seus bens ou rendimentos sejam expropriados.
Bandeiras da Alemanha, Ucrânia e União Europeia - Sputnik Brasil, 1920, 21.03.2024

De acordo com o plano da UE, cerca de 90% do dinheiro apreendido seria canalizado através do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz para a compra de armas para a Ucrânia e em parte para a recuperação e reconstrução do país.
As leis de sanções da UE, do Reino Unido e dos EUA normalmente preveem o congelamento de bens pertencentes a partes designadas, mas não o confisco. Os bens podem ser confiscados ao abrigo da lei inglesa, mas apenas se forem considerados produtos de crime.
Permitir o confisco e a redistribuição dos juros obtidos sobre esses ativos coloca os bancos em risco de serem contestados pelos proprietários, afirmaram as fontes à apuração sob condição de anonimato.

A Euroclear detém o equivalente a € 190 bilhões (cerca de R$ 1,02 trilhão) em títulos e numerário do Banco Central da Rússia. Os bancos ocidentais também detêm bilhões de euros, libras e dólares em ativos pertencentes a empresas e indivíduos sujeitos a sanções. Mais de 3,5 milhões de russos tiveram seus ativos no exterior congelados no valor de cerca de US$ 16,32 bilhões (aproximadamente R$ 87,8 bilhões), disse o ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, no ano passado.

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Fonte: sputniknewsbrasil

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