“Lagarde declarou que qualquer decisão deve ser acordada por todas as partes que detêm os ativos russos”, diz o comunicado.
A dirigente também destacou que qualquer medida envolvendo esses ativos precisa estar em conformidade com o direito internacional. No entanto, segundo a agência, Lagarde demonstrou preocupação de que uma iniciativa juridicamente controversa por parte dos europeus possa minar a confiança no euro e desestimular investidores a manter ativos nessa moeda, o que poderia prejudicar a estabilidade financeira.
“Vamos monitorar atentamente para garantir que o que for proposto esteja de acordo com o direito internacional e leve em consideração a estabilidade financeira”, disse Lagarde, segundo a Reuters.
Em setembro, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sugeriu conceder um novo empréstimo à Ucrânia utilizando os ativos russos congelados. Segundo ela, Kiev só precisaria devolver o empréstimo caso a Rússia pague “reparações”.
No entanto, ainda não há consenso dentro da União Europeia sobre essa proposta. O presidente da Comissão de Assuntos Internacionais do Conselho da Federação da Rússia, Grigory Karasin, afirmou anteriormente à Sputnik que as exigências de reparações feitas por Kiev são “demagógicas”.
Após o início da operação militar russa na Ucrânia, a UE e os países do G7 congelaram quase metade das reservas internacionais da Rússia — cerca de 300 bilhões de euros (R$ 1,8 trilhão). No início de outubro, a Comissão Europeia informou que, entre janeiro e setembro de 2025, transferiu 14 bilhões de euros (R$ 87 bilhões) à Ucrânia provenientes dos rendimentos gerados pelos ativos congelados do Banco Central da Rússia.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia classificou repetidamente a medida europeia de congelar ativos russos como “roubo”, destacando que o alvo não são apenas fundos de particulares, mas também ativos estatais. O ministro Sergei Lavrov afirmou que Moscou responderá caso o Ocidente confisque os recursos.
Fonte: sputniknewsbrasil