O superávit da balança comercial brasileira em março de 2024 foi de US$ 7,482 bilhões, uma queda de 30,4% em relação ao mesmo mês do ano passado. Apesar do resultado negativo, este foi o terceiro melhor março da história, atrás apenas de 2022 (US$ 10,751 bilhões) e 2023 (US$ 7,613 bilhões).
A principal causa da queda foi a retração dos preços internacionais da soja, do petróleo e das carnes. As exportações recuaram 14,8% em relação a março de 2023, para US$ 27,98 bilhões, enquanto as importações caíram 7,1%, para US$ 20,498 bilhões.
O menor número de dias úteis em março, devido ao feriado de Semana Santa, também contribuiu para a queda do superávit.
No acumulado do primeiro trimestre de 2024, a balança comercial ainda registra superávit de US$ 19,078 bilhões, o maior para o período desde o início da série histórica, em 1989. Este resultado representa alta de 22,2% em relação aos mesmos meses do ano passado.
As principais quedas nas exportações em março foram:
- Soja (-26,7%)
- Milho não moído (-72,5%)
- Arroz (-99,9%)
- Óleos brutos de petróleo (-54%)
- Minérios de cobre (-27,4%)
- Carnes de aves (-23,6%)
- Farelo de soja e outros alimentos para animais (-23,8%)
- Ferro-gusa, spiegel, ferro-esponja, grânulos e pó de ferro ou aço e ferro-ligas (-36,6%)
As principais quedas nas importações em março foram:
- Trigo e centeio, não moídos (-13,5%)
- Café não torrado (-90,5%)
- Cacau bruto ou torrado (-52,3%)
- Minérios e concentrados dos metais de base (-28,4%)
- Carvão em pó, não aglomerado (-24,5%)
- Compostos organo-inorgânicos (-29,7%)
- Adubos ou fertilizantes químicos (-43,5%)
Com a desvalorização das commodities, o governo revisou para baixo a projeção de superávit comercial para 2024. A estimativa caiu de US$ 94,4 bilhões para US$ 73,5 bilhões, queda de 25,7% em relação a 2023.
As previsões do governo são mais pessimistas que as do mercado financeiro. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 82 bilhões neste ano.
Fonte: gazetabrasil