Autoridades chinesas esperam trajetória atribulada para economia após reunião de líderes


Por Joe Cash e Liangping Gao

PEQUIM (Reuters) – As autoridades chinesas reconheceram nesta sexta-feira que a lista abrangente de metas econômicas enfatizada ao final de uma importante reunião do Partido Comunista nesta semana continha “muitas contradições complexas”, apontando para uma trajetória atribulada à frente para a implementação de medidas.

A pressão por mudanças profundas na forma como a segunda maior economia do mundo funciona aumentou este ano, com a confiança dos consumidores e das empresas próxima a mínimas recordes no país e com os líderes globais cada vez mais preocupados com o domínio das exportações da China.

Após uma reunião de quatro dias a portas fechadas, liderada pelo presidente Xi Jinping e que ocorre aproximadamente uma vez a cada cinco anos, as autoridades fizeram uma série de promessas aparentemente contraditórias, desde a modernização do complexo industrial e, ao mesmo tempo, expansão da demanda doméstica, até o estímulo ao crescimento e, simultaneamente, redução dos riscos de endividamento.

O resumo inicial da reunião, conhecida como plenária, não continha detalhes sobre como Pequim planeja agir –por exemplo, como fazer com que os consumidores gastem mais enquanto os recursos fluem principalmente para os produtores e a infraestrutura.

Aumentam as preocupações de que, sem uma mudança estrutural que dê aos consumidores um papel mais importante na economia, a dívida continuará a superar o crescimento para financiar a modernização industrial e as metas de proeminência global de Pequim.

Isso aumenta os riscos. Alguns analistas alertam que o caminho atual alimenta os riscos de um período prolongado de quase estagnação e ameaças persistentes de deflação, como visto no Japão desde a década de 1990.

“Os altos níveis de endividamento, somados às crescentes pressões deflacionárias, podem acabar resultando em um crescimento baixo e inflação muito baixa ao estilo japonês”, disse Julian Evans-Pritchard, diretor de economia da China na Capital Economics.

“Acho que isso os forçaria a mudar o curso de suas políticas atuais. Mas isso pode não acontecer imediatamente. Talvez isso só aconteça daqui a alguns anos.”

Contradições nos esforços chineses estão presentes há décadas, assim como os objetivos de aumentar o valor agregado da manufatura, melhorar a seguridade social, liberalizar o uso da terra e melhorar as receitas fiscais de governos locais.

(Reportagem adicional de Ellen Zhang e Kevin Yao em Pequim)

Fonte: noticiasagricolas

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