Aula Magna marca mais uma atividade em comemoração ao Mês de Antonieta de Barros


Os 122 anos de nascimento da professora, jornalista, escritora e deputada Antonieta de Barros é reverenciado com uma agenda de atividades promovidas pelo Parlamento catarinense em julho, que inaugurou o “Mês de Antonieta de Barros”.

A importância da memória da primeira deputada negra eleita no país em plena década de 30 ganhou uma proporção ainda maior com a realização na tarde desta terça-feira (11), no Plenarinho, da aula magna “Antonieta de Barros: Memória e legado de uma heroína da Pátria”.

Participaram o sobrinho-neto de Antonieta de Barros, Flavio Soares de Barros, a biógrafa de Antonieta, Jeruse Romão, e a professora e pesquisadora Azânia Mahin Romão Nogueira.

Para Flávio, que falou a respeito de filosofia política, o legado de Antonieta de Barros ainda vive e suas lutas devem ser transformadas em direitos. “ A política real é diferente da ideal”, observou ele.   

Abrindo frentes

Sobrinho-neto da ex-deputada Antonieta de Barros, Flávio Soares de Barros, 59 anos, atua como consultor em relações internacionais e culturais. Para ele, o redescobrimento da importância histórica da tia-avó vem preencher uma lacuna de um processo de invisibilidade estrutural promovido pela sociedade às famílias negras.

Na opinião dele, hoje se Antonieta estivesse viva, estaria lutando as mesmas lutas, mas em outro patamar, defendo a educação, a cultura, a igualdade de gênero, entre outras. “Isso demonstra a nossa falta de resultado na resolução destes problemas estruturais da sociedade brasileira, ela foi uma mulher negra, pobre, que teve coragem de ir ao Parlamento, enfrentar a elite de igual para igual. Ela serve de exemplo para todos e esse impacto que proporcionou precisa ser continuado para que o preconceito e o racismo possam desaparecer”.

Para a biógrafa Jeruse Romão, todo o pioneirismo de Antonieta de Barros deve ser lembrado e reverenciado. “Ela é a referência inicial da atuação feminina na política em Santa Catarina, antes dela não houve nenhuma outra mulher”, destacou, afirmando que Antonieta abriu portas e frentes para o movimento feminino brasileiro.

“Ela foi considerada heroína nacional por todo o seu legado para a educação, jornalismo e política”, disse Jeruse que abordou em sua palestra toda a trajetória de vida de Antonieta de Barros, de menina humilde, a mulher visionária. Jeruse Romão é autora do livro “Antonieta de Barros: Professora, escritora, jornalista, primeira deputada catarinense e negra do Brasil”.

“Apresentei uma Antonieta mais humanizada”, definiu a escritora. Publicado no ano de 2021, o livro traz um acervo de fotografias, que em conjunto com outras fontes, permitem uma compreensão mais profunda e humana a respeito de Antonieta de Barros.

Valquíria Guimarães
Agência AL

Fonte: alesc.sc.gov

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