O Audi A3 foi e ainda é um sonho de consumo de uma série de jovens que pensam em ter o primeiro carro de luxo. Como usado, o modelo pode até ser considerado a porta de entrada para o que ficou conhecido como “resto de rico”. Mas será que o sedã alemão é um bom negócio?
Autoesporte preparou um guia de compra do Audi A3 Sedan vendido no Brasil entre 2014 e 2021.
Antes de mergulharmos nas versões, é preciso entender que esta é a primeira geração do alemão com carroceria sedã, mas a terceira do A3 de forma geral. Como hatch, o modelo foi lançado em 1995 e chegou a ser produzido no Brasil entre 1999 e 2006.
Mas a única similaridade entre o A3 Sedan que é tema desta matéria e o modelo dos anos 1990 é que ambos foram montados em São José dos Pinhais (PR).
Porém, antes mesmo de o A3 Sedan reinaugurar a fábrica paranaense, ele foi lançado em 2014 ainda importado da Hungria. Nessa época, tinha duas motorizações: 1.4 turbo de 122 cv e 1.8 turbo de 180 cv.
Na linha 2015, as versões se multiplicaram com a chegada dos catálogos Attraction (1.4) e Ambition (1.8). No ano seguinte, a Audi voltou a produzir carros no Brasil e coube ao A3 Sedan a honra de reativar a linha de produção no em São José dos Pinhais.
Com a nacionalização, o motor 1.4 se tornou flex e o 1.8 foi substituído pelo 2.0 usado no Golf GTI. Junto com o selo “Made in Brasil” vieram algumas simplificações: o câmbio de dupla embreagem deu lugar a uma caixa automática convencional e as duas opções mais simples trocaram a suspensão traseira multilink pela arquitetura de eixo de torção.
Entre 2016 e 2018, o Audi A3 Sedan foi vendido em três versões:
Vale destacar que em 2017 o sedã passou por um discreto facelift, mas sem alterações mecânicas. As duas motorizações acompanhariam o A3 Sedan até o fim da produção nacional, em 2021. Porém, de 2019 em diante, as versões adotaram um novo padrão de nomenclaturas. As principais eram:
Se você pensa que um carro de luxo sempre será bem equipado, pode estar enganado. Nos primeiros anos, para oferecer um preço competitivo diante dos sedãs médios generalistas, a Audi retirou uma série de itens de conforto.
No A3 Sedan básico, os bancos eram de tecido, o ar-condicionado não era digital e a central multimídia sequer tinha conexão Bluetooth. Porém, havia sete airbags, freio de estacionamento eletrônico, faróis de xenônio e start-stop. Teto solar, bancos de couro e controlador de velocidade eram vendidos como opcionais.
Nas configurações mais caras a lista era engrossada com bancos eram de couro com ajustes elétricos, ar-condicionado digital de duas zonas, acesso por chave presencial, partida por botão, acendimento automático dos faróis e retrovisor interno eletrocrômico.
Já no fim da vida, o A3 Sedan passou a oferecer, ainda que de forma opcional, assistente de mudança de faixa, frenagem automática de emergência, farol alto com facho automático e controlador de velocidade adaptativo.
Desempenho nunca foi problema para o Audi A3. Mesmo quando o motor 1.4 rendia apenas 122 cv e 20,4 kgfm, o sedã agradava pelas respostas ágeis e excelente dirigibilidade. De quebra, o consumo de combustível surpreendia para um carro capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em menos de 10 segundos (9,4 s, segundo a fábrica).
Com 58 cv e quase 5 kgfm de torque a mais, o motor 1.8 turbo de 180 cv e 25,5 kgfm era a resposta para quem pedia mais desempenho. Nesse caso, chegando aos 100 km/h em 7,3 s e com máxima de 235 km/h. O consumo na estrada era ainda melhor do que o do motor 1.4 (veja quadro mais abaixo).
Só que havia uma opção ainda mais potente. Quando optou pelo motor 2.0 EA888 compartilhado com a Volkswagen, o A3 Sedan chegou aos 220 cv e 35,7 kgfm. Assim, os números de desempenho também melhoraram: máxima de 250 km/h limitada eletronicamente e 6,9 s para chegar aos 100 km/h.
Porém, a opção mais encontrada no mercado é a que traz o motor 1.4 turboflex de 150 cv e 25,5 kgfm. Mais eficiente do que a versão movida apenas a gasolina, essa configuração fazia o sedã ir de 0 a 100 km/h em 8,9 segundos. Ainda assim, era capaz de fazer mais de 14 km/l de gasolina na estrada.
Na Fipe, o A3 Sedan 1.4 de 2014 está avaliado em R$ 75.559. Na prática, porém, é possível encontrar unidades mais baratas anunciados na internet. Conforme os exemplares vão ficando mais novos e mais completos, obviamente os preços sobem.
O A3 Sedan 1.8 Ambition de 2015 já aparece valendo R$ 97.963 – consideravelmente mais que os R$ 86.052 da versão com motor 1.4 flex de 2016.
Se você busca o sedã com motor 2.0, melhor preparar o bolso. Isso porque os preços começam em R$ 122 mil no modelo 2016 e passa dos R$ 200 mil no Performance Black de 2020. Veja abaixo mais algumas opções:
Como você pode perceber, a gama de preços do Audi A3 Sedan usado é bastante variada. Assim, faremos uma indicação para quem busca um sedã de luxo, mas quer pagar preço de carro de entrada. Nossa sugestão é pela versão Attraction 2016.
Exemplares desse ano podem até ser um pouco mais caros, na faixa entre R$ 75 mil a R$ 80 mil, mas trazem uma série de benefícios. Um deles é ter o motor 1.4 flex, que, além de poder ser abastecido com etanol, também é mais potente.
Mas a maior vantagem é ter trocado o câmbio automatizado de dupla embreagem de 7 marchas DSG pelo Tiptronic de embreagem única, mas banhada a óleo de 6 marchas. Tecnicamente, isso representa uma piora no conjunto, mas o câmbio DSG é problemático pelas embreagem secas e que possuem desgaste prematuro. O custo do reparo? Muitas vezes, superiores a R$ 15 mil.
Então, a não ser que você faça questão da caixa DSG, melhor ir com a Tiptronic. De todo modo, você precisa ter em mente que estamos falando de um carro de luxo, então quase todas as manutenções serão mais caras na comparação com veículos “populares”.
“É essencial se atentar ao histórico de manutenções (preventivas e corretivas) do carro. Quando tiver algum carro em vista, pergunte ao dono a frequência de manutenção, verifique o local em que foram feitas e peça as notas fiscais dos serviços”, afirma Luiz Fraga, dono da oficina The Specialist, especializada em modelos da Land Rover.
Honda Civic
Se você busca um sedã com ótima dirigibilidade e visual bacana, mas não quer encarar um modelo de luxo, o Honda Civic é a melhor opção. Ainda que o preço de compra seja parecido com os do A3 Sedan, o sedã japonês tem manutenção e seguro menos caros.
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Fonte: direitonews