Astrônomos detectam sinal de magnetar recém-nascido em explosão de raios gama incomum (IMAGENS)


Astrônomos liderados por Run-Chao Chen, da Universidade de Nanquim, podem ter testemunhado o nascimento de um magnetar — um dos objetos mais extremos do Universo — durante uma explosão de raios gama detectada em 2023. O evento, chamado GRB 230307A, revelou um sinal periódico que os cientistas interpretam como o “batimento cardíaco” de uma estrela recém-nascida, algo nunca antes observado diretamente.
As explosões de raios gama são os eventos mais energéticos do cosmos e costumam ser classificadas em dois tipos: as de curta duração, associadas a quilonovas resultantes da colisão de estrelas de nêutrons; e as de longa duração, geralmente ligadas a supernovas com colapso do núcleo que geram buracos negros. No entanto, GRB 230307A, apesar de durar 200 segundos, apresentou características típicas de uma fusão de estrelas de nêutrons.
© Foto / Nanjing Zhijiao Cloud Intelligent Technology Co., Ltd./Yuja Tian, Yuting WuUma ilustração artística do magnetar e do jato de explosão de raios gama

Uma ilustração artística do magnetar e do jato de explosão de raios gama - Sputnik Brasil, 1920, 01.10.2025

Uma ilustração artística do magnetar e do jato de explosão de raios gama
Esse padrão contraditório não é isolado. Em 2021, a explosão GRB 211211A, com duração de 50 segundos, também foi associada a uma quilonova. Esses casos sugerem que há mais complexidade nas explosões de raios gama do que se pensava, e que fusões de estrelas de nêutrons podem gerar eventos de longa duração, desafiando os modelos tradicionais.
A identidade do objeto resultante de uma fusão de estrelas de nêutrons depende da massa final. Se ultrapassar cerca de 2,3 vezes a massa do Sol, espera-se que se torne um buraco negro. No entanto, os dados das quilonovas GRB 211211A e GRB 230307A indicam que o resultado foi um magnetar — uma estrela de nêutrons com campo magnético mil vezes mais forte que o normal.
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Os magnetares são misteriosos e fascinantes, capazes de comportamentos extremos, mas ainda pouco compreendidos. Saber como eles se formam é essencial para desvendar por que possuem campos magnéticos tão intensos. Por isso, Chen e sua equipe analisaram os dados das duas explosões em busca de sinais que confirmassem a formação de um magnetar.
Em GRB 230307A, os pesquisadores encontraram uma flutuação periódica de raios gama que durou apenas 160 milissegundos, surgindo 24,4 segundos após o início da explosão. Esse sinal é compatível com a rotação rápida de um magnetar recém-nascido, cuja emissão assimétrica momentânea permitiu que o “batimento” fosse detectado antes de desaparecer novamente.
A descoberta sugere que o jato de raios gama foi impulsionado por campos magnéticos, oferecendo uma nova abordagem para estudar quilonovas. Ela reforça a hipótese de que magnetares podem se formar em fusões de estrelas de nêutrons e sobreviver a esses eventos violentos, atuando como motores cósmicos. Isso inaugura uma nova era na astronomia multimensageira, conectando raios gama, ondas gravitacionais e a física de objetos compactos.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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