A carne de frango, que foi a âncora no início do plano real, poderá ter aumento de preços ao consumidor.
Este ano o Plano Real está completando 30 anos e não é demais lembrar que a carne de frango foi considerada uma das âncoras que asseguraram o sucesso da iniciativa do Governo Federal, no sentido de varrer os processos inflacionários do nosso país. E foi a carne de frango que oportunizou aos brasileiros a condição de acesso a uma proteína rica em nutrientes e base para alimentação de milhões de famílias.
Com o passar dos tempos, correções na comercialização deste alimento foram necessárias para acompanhar, também, as oscilações da economia e aumento de custos de produção.
No entanto, os reajustes nunca inviabilizaram o acesso das mais diversas classes sociais da população à carne de frango.
Agora, passadas três décadas do Plano Real, o governo do Estado do Rio Grande do Sul traz para indústrias e produtores da avicultura gaúcha, por meio de uma política tributária que afetará inegavelmente as pessoas mais necessitadas, um peso inédito e um aumento expressivo de impostos, com a modificação das incidências sobre a cesta básica, e que poderão ocasionar aumentos consideráveis no preço do kg da carne frango, dos seus cortes e outros produtos, além de fragmentar ainda mais o setor.
A produção da carne de frango, que se mantém com muito sacrifício e enfrentando muitas dificuldades ao longo dos últimos anos, está entre os principais produtos exportados do Rio Grande do Sul e têm uma contribuição considerável no valor bruto da produção agropecuária gaúcha, ocupando a 3ª posição.
O setor gera no RS em torno de 600 mil atividades diretas e indiretas e movimenta muitos outros setores da economia, que poderão sofrer sérios impactos com retrocesso e encolhimento do setor avícola gaúcho.
Nos últimos, anos a perda de competitividade das indústrias gaúchas foi alarmante, pois 51% da carne de frango e cortes congelados comercializados no estado são provenientes de outras unidades da federação.
Esse quadro é desesperador, em especial quando se busca a sobrevivência deste setor e quando não há, por parte do governo, a apresentação de qualquer proposta alternativa para dar viabilidade aos empreendimentos. Ao contrário, mais encargos e desestímulo à competitividade surgem nos decretos estaduais que entrarão em vigor partir de 1º de abril.
Assim, a Organização Avícola do Estado do Rio Grande do Sul, que representa o complexo agroindustrial avícola do estado, solicita ao governo do RS que suspenda tais decretos e busque, na companhia das entidades que congregam os setores atingidos, com o parlamento e com outros segmentos da economia, alternativas para evitar esse verdadeiro retrocesso que, decerto, atingirá milhares de pessoas, trabalhadores e famílias que dependem do setor avícola e de tantos outros.
À população do estado do Rio Grande do Sul, alertamos para um possível aumento dos preços dos alimentos já a partir do mês de abril próximo!!
Fonte: noticiasagricolas