As descobertas foram feitas nos sítios de Vichama e Penico, ligados ao antigo centro urbano que prosperou no Vale de Supe muito antes dos impérios inca, maia e asteca.

Pirâmide principal e recinto circular. Caral, Peru

Complexo arqueológico de Vichama.
Pirâmide principal e recinto circular. Caral, Peru
Complexo arqueológico de Vichama.
Segundo a arqueóloga Ruth Shady, a longa estiagem prejudicou a agricultura e levou ao abandono de Caral. Ainda assim, seus habitantes migraram para a costa e áreas mais internas, fundando novas comunidades sem perder suas tradições arquitetônicas e rituais.
Em Vichama, os pesquisadores encontraram frisos tridimensionais com cenas de fome e simbolismos ligados à renovação, como mulheres grávidas, peixes e uma rã atingida por um raio — vista como sinal da chegada das chuvas.
Penico revelou estruturas monumentais semelhantes às de Caral e indícios de uma sociedade organizada em torno da pesca, da agricultura e do comércio, sem vestígios de guerra. Foram encontrados restos de animais amazônicos, cerâmicas com motivos da selva e conchas trazidas do Equador, mostrando a extensão das trocas regionais.
Os pesquisadores afirmam que, embora a seca estivesse ligada ao evento climático global de 4,2 mil anos, a resposta de Caral foi singular: o povo se adaptou, migrou e reconstruiu suas comunidades, preservando a coesão social em vez de se fragmentar por conflitos.
Fonte: sputniknewsbrasil








