Arqueólogos analisam grupamento humano único que viveu no Saara, quando ainda era verde (FOTOS)


Uma nova análise genética publicada na revista Nature sugere que os humanos que viviam no Saara há 7.000 anos eram geneticamente isolados. A antropóloga evolucionista Nada Salem e sua equipe do Instituto Max Planck sequenciaram o DNA de duas mulheres enterradas no abrigo rochoso Takarkori, no sudoeste da Líbia.
Essas mulheres compartilhavam a maioria dos genes com forrageadores — pessoas que obtêm alimentos diretamente da natureza, sem cultivo ou criação de animais — de 15.000 anos do Marrocos, indicando uma população humana estável no Norte da África antes e durante o período úmido do Saara. Mas evidências arqueológicas, como depósitos de lagos antigos e artefatos, confirmam a presença humana e registraram ainda atividades como caça e pastoreio na região.
© Foto / Nada Salem et al./Archaeological Mission in the Sahara, Sapienza University of RomeMúmia natural de 7.000 anos encontrada no abrigo rochoso de Takarkori (Indivíduo H1) no sul da Líbia

Múmia natural de 7.000 anos encontrada no abrigo rochoso de Takarkori (Indivíduo H1) no sul da Líbia - Sputnik Brasil, 1920, 03.04.2025

Múmia natural de 7.000 anos encontrada no abrigo rochoso de Takarkori (Indivíduo H1) no sul da Líbia
A linhagem humana saariana seguiu um caminho diferente das populações da África subsaariana, aproximadamente na mesma época em que os humanos modernos deixaram o continente há mais de 50.000 anos. Essa linhagem, no entanto, permaneceu isolada por milhares de anos, com apenas pequenos traços de genes do Levante (região onde atualmente ficam Israel, Jordânia, Líbano, Palestina e Síria), incluindo alguns de neandertais.
Os indivíduos Takarkori tinham menos DNA neandertal do que os forrageadores marroquinos, mas mais do que os do sul da África, sugerindo uma barreira ao fluxo gênico da Europa além do Saara. Evidências arqueológicas indicam que o povo Takarkori era pastor de gado, ao contrário das linhagens marroquinas mais antigas que eram forrageadoras.
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Essa prática de pastoreio parece ter se espalhado pelo Saara verde através da troca entre essas culturas, em vez de migração em larga escala. A diversidade de ecossistemas, como pântanos e montanhas, pode ter servido como barreira para a migração ao sul.
Com essas descobertas, os pesquisadores esperam desvendar os caminhos adotados pela migração humana, como se adaptaram e evoluíram sua cultura no Saara, uma região-chave para entender o passado humano.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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